Al-Quaraouiyine, considerada pelo Guiness World of Records a mais velha universidade do mundo, vai reabrir ao público depois de obras de restauro que duraram mais de cinco anos, conta a CNN. Situada em Marrocos, na cidade de Fez, e construída no ano de 859, foi alvo de obras profundas promovidas pelo ministério da Cultura e por uma equipa de arquitetos especializada, que reverteram a degradação a que estava votada há mais de 150 anos.

Com 1158 anos, a universidade é apenas 30 anos mais nova do que a cidade marroquina onde se encontra. Foi fundada pela tunisina Fatima al-Fihri e possui uma das bibliotecas mais conhecidas e importantes para a história islâmica por ter os primeiros manuscritos do Alcorão, informações sobre o profeta Maomé e outros livros médicos e científicos. Essas relíquias foram preservadas e guardadas de geração em geração desde que a biblioteca abriu portas, no ano de 1310. No entanto, acabaram por ficar comprometidas devido à degradação do espaço e dos problemas de esgotos e inundações que foi sofrendo ao longo dos anos.

Com o objetivo principal de salvar a biblioteca das ruínas e da degradação foi criado um plano de reconstrução para Al-Quaraouiyine. Instalou-se uma nova rede de esgotos, os telhados foram restaurados, construiu-se um novo sistema de iluminação, aquecimento e ar condicionado e ainda um laboratório de alta tecnologia para conservar e restaurar os manuscritos.

Moha Ennaji, professor de Linguística e Cultura da Universidade de Fez, que vê a biblioteca como um grande centro de aprendizagem para os estudos islâmicos, explicou que os manuscritos vão agora passar a estar disponíveis numa plataforma digital. “As autoridades da biblioteca decidiram digitalizá-los recentemente com o objetivo de estarem disponíveis para usos futuros. São muitos antigos e poderiam perder-se ou destruir-se apenas com um simples uso, por isso temos de ser muito cautelosos”, referiu Ennaji.

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Durante as obras, a universidade revelou esconder mais do que aparentava. “Estávamos sempre a descobrir novas coisas à medida que íamos arrancando as paredes”, contou Chaouni, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, salientando que foi encontrada uma porta que ligava a biblioteca a uma mesquita, escondida dentro de uma cúpula do século XVI.

A reconstrução e as descobertas em Al-Quaraouiyine estão a captar cada vez mais o interesse de muitos turistas e visitantes que passam pela cidade marroquina de Fez. Apesar de ainda não haver uma data fixa para a abertura ao público, acredita-se que será receberá também visitas de muitos académicos e estudantes interessados em saber mais acerca da história daquela universidade que foi construída há mais de um milénio.

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