Possuir o mais exuberante Ferrari da actualidade, e um dos modelos mais espectaculares alguma vez criados pela marca do Cavallino Rampante, seria apenas um sonho. Excepto para os raros privilegiados que conseguiram aceder às apenas 500 unidades produzidas do LaFerrari, que foi proposto por cerca de 1,3 milhões de euros. Por isso se torna ainda mais difícil compreender como é que alguém que desembolsou mais de um milhão de euros, à saída de fábrica, pelo hiperdesportivo híbrido italiano de 963 cv, arriscou deitar tudo a perder apenas para não pagar os impostos inerentes a aquisição do veículo em causa.

Mas foi exactamente isto que sucedeu na África do Sul, onde um LaFerrari está confinado a um armazém desde 2014, quando foi apreendido pelas autoridades locais, curiosamente logo no ano do seu lançamento. E tudo porque o seu proprietário não terá cumprido as necessárias obrigações, incluindo o pagamento dos devidos impostos e taxas alfandegárias, aquando da sua importação.

Depois de nada fazer durante três anos, o cidadão em questão terá, em Fevereiro passado, dado início a um processo de exportação do veículo para a República Democrática do Congo, que acabou por ser autorizada, levando à respectiva libertação. Reza a história que o LaFerrari atravessou a fronteira de Beitbridge, e que teria, depois, de cruzar a Zâmbia e o Zimbabué antes de alcançar o Gongo.

Eis senão que o seu proprietário tentou trazer o veículo de volta para a África do Sul, pela mesma fronteira. Tendo passado apenas… um dia! As autoridades sul-africanas não apreciaram a brincadeira e, depois de voltarem a apreender o veículo, terão já remetido ao referido indivíduo uma missiva em que requerem ao dito que justifique esta súbita importação. Sendo que, caso a explicação não satisfaça as autoridades, o mais provável destino do belo e sofisticado LaFerrari seja mesmo o desmantelamento. A menos que os responsáveis pelos impostos na África do Sul sejam sensíveis à raridade do automóvel que têm entre mãos e ponderem poder dar-lhe diferente, e mais digno, futuro.

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