O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán conseguiu que o Parlamento aprovasse na terça-feira um projeto de lei para que a Universidade da Europa Central — CEU, instituição financiada pelo seu inimigo e multimilionário George Soros — fosse encerrada. A nova lei exige que instituições académicas que recebem financiamento de países de fora da União Europeia tenham sede e atividade no país de origem. Ora, a CEU, fundada em 1991, está registada em Nova Iorque, mas não tem campus nos Estados Unidos, sendo assim forçada a fechar portas se não criar uma instituição em solo norte-americano.

Antes da decisão do Parlamento húngaro houve pressão internacional para que o Orbán não utilizasse a maioria que tem no hemiciclo para aprovar a lei, com a mobilização de 900 académicos e cientistas, incluindo 17 vencedores de prémios Nobel. Com a nova lei, aprovada pelos deputados com 123 votos a favor e 38 contra, caso não abra um campus nos EUA, a CEU não poderá matricular novos alunos a partir de janeiro de 2018 e terá de interromper todas as atividades na Hungria até 2021.

Viktor Orbán esteve recentemente no congresso do Partido Popular Europeu, em Malta, tendo um discurso elogiado por muitos dos seus homólogos. Mesmo na família política da direita europeia, Orbán é muito criticado. Ainda esta quarta-feira, o líder da bancada do PPE no Parlamento Europeu, Manfred Weber, fez questão de entrar em contacto com o reitor da universidade.

Nascido na Hungria, Soros tornou-se adversário de Viktor Orban e de outros líderes da Europa Central e dos Balcãs que o acusam de interferir nos assuntos dos seus países através das organizações que financia.

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