Alguns bens que já foram pertença do actual presidente dos EUA têm sido leiloados nos últimos meses, e com resultados interessantes. Por exemplo, e segundo noticia a Bloomberg, a sua limusina Cadillac foi vendida em Inglaterra, no mês passado, por cerca de sete vezes mais do que o respectivo valor médio; o seu Lamborghini Diablo, em Setembro do ano passado, acabou por ser arrematado por um valor 75% superior à cotação média do modelo com características idênticas, quando pertencente ao comum e anónimo mortal.

Contudo, não foi nada disto o que aconteceu no passado fim-de-semana, na Florida, quando foi a leilão o Ferrari F430 F1 de cor vermelha adquirido, em estado de novo, por Donald Trump em 2007, e no qual percorreu 2.400 milhas (cerca de 3.850 km) ao longo dos quatro anos seguintes. As licitações terminaram nos 240 mil dólares (cerca de 225 mil euros), ou seja, 10 mil dólares abaixo do valor mínimo estabelecido como aceitável para a transacção poder realizar-se.

Este revés obrigou a leiloeira a retirar o veículo de praça, emitindo, horas mais tarde, um comunicado em que anunciava que o modelo, poucos minutos depois de terem sido suspensas as licitações, havia sido negociado numa venda privada por 272 mil dólares – ainda assim, bastante aquém dos 350 mil dólares inicialmente esperados. Obviamente, não foi revelada a identidade do comprador, nem quaisquer detalhes adicionais sobre a transacção, dado aso a que alguns detratores de Trump suspeitassem que foi ele próprio que adquiriu o desportivo italiano.

Interessante será analisar os motivos pelos quais o veículo nunca atingiu o valor pretendido, nem conseguiu alcançar uma performance semelhante à registada por outros automóveis que foram pertença de Trump. Apesar de ser raro encontrar em leilão um superdesportivo que pertenceu a um presidente em funções, é quase certo que o F430 F1 em questão valeria bastante mais caso ainda estivesse na posse de Trump quando foi à praça, e não na do seu segundo proprietário. Comprar directamente o automóvel ao presidente dos EUA traria, seguramente, um outro apelo ao negócio.

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Este é o par de botas que foi licitado por um valor próximo do pedido pelo Ferrari F430 de Trump

Factores que também poderão ter afectado o preço deste F430 podem ter a ver com os índices de popularidade cada vez mais baixos do presidente, permanentemente envolvido em polémicas. E o simples facto de Donald Trump ainda estar… vivo! Pois é: diz quem sabe que, nos EUA, a esmagadora maioria da memorabilia presidencial chega ao mercado após a morte do seu proprietário, e é nesse contexto que será melhor valorizada. Daí os valores atingidos em leilão por alguns artigos que pertenceram a Ronald Reagan: um par de botas de cowboy que se esperava que fosse vendido por 20 mil dólares, na melhor das hipóteses, acabou por ter como licitação final 195.500 dólares. Os mesmos 20 mil dólares eram apontados como a melhor licitação por um pedaço do muro de Berlim assinado por Reagan, que acabou por ser arrematado por 277.600 dólares.

Um calhau vale mais do que um Ferrari? Sim, se em causa estiver o F430 de Trump e um pedaço do muro de Berlim, assinado por Reagan