A EMEL decidiu apresentar uma queixa-crime contra a Junta de Freguesia de Carnide. A informação foi avançada por Fábio Sousa, presidente da Junta de Carnide, que durante a tarde se deslocou até aos Paços do Concelho para entregar uma petição contra a colocação de parquímetros na zona histórica da freguesia.

Acusando a EMEL de preferir mostrar, mais uma vez, “qual é a sua forma de estar neste processo”, Fábio Santos salientou que a empresa optou por “fazer uma queixa-crime não contra desconhecidos, mas contra a Junta de Freguesia de Carnide” e o seu presidente. Na opinião do autarca da CDU, esta queixa foi “completamente desnecessária”.

À SIC Notícias, o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, disse esperar que com a entrega da petição, assinada por cerca de 2.500 moradores, passe a haver “um diálogo diferente com o presidente da Câmara face a resolução deste problema”. “Mais do que ir amanhã colocar rapidamente os parquímetros, há que no imediato que reunir com os principais interessados”, disse ao canal de notícias.

Fábio Santos adiantou ainda que está à espera que seja marcada uma reunião com Fernando Medina.

Fernando Medina considera remoção de parquímetros “inqualificável” e fala em “momentos de oportunismo”

Questionado pelos jornalistas depois de uma reunião de trabalho em Miraflores, Fernando Medina considerou “inqualificável” a remoção dos parquímetros da zona histórica de Carnide durante a noite de quarta-feira. “Acho isto inqualificável. Lamento tudo isto e só posso assegurar que a EMEL vai repor a situação com toda a rapidez e que vai proceder à operação como estava programado”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

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Apesar do descontentamento dos moradores, Medina defendeu que “não se pode reagir a isso com um ato de vandalismo e, muito menos, organizado por quem tem responsabilidades do Estado”. “Uma Junta de Freguesia proceder à vandalização do material público com os seus próprios meios, à sua subtração do espaço público e depois com um jogo mediático”, disse. “É algo profundamente lamentável”, insistiu ainda, vincando que “nada justifica aquilo que foi feito”.

Admitindo que nunca viu uma situação como esta, o autarca indicou que a decisão de colocar parquímetros na zona histórica de Carnide foi tomada “a pedido de muitos moradores” e da própria Junta que, a certa altura, “mudou de opinião”. “Pode ser que seja do calendário”, aproveitando assim “momentos de oportunismo”. As eleições autárquicas estão marcadas para 1 de outubro.

Fernando Medina explicou que existem várias zonas tarifadas pela EMEL à volta do centro histórico da freguesia e que, por isso, aquela zona acaba por “ter uma sobrecarga de carros que lá vão estacionar porque não pagam”. Foi por essa razão que o executivo camarário aprovou a introdução de lugares tarifados na “tentativa de melhorar os lugares disponíveis para moradores”.

O responsável adiantou ainda que, entretanto, “as forças de segurança intervieram” e que “o Tribunal já ordenou que todos os bens retornassem à propriedade da EMEL”. “A EMEL vai proceder à sua reinstalação”, garantiu. “A operação vai iniciar-se com toda a normalidade, de acordo com o que estava programado.”