Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 recusaram esta terça-feira a proposta do Reino Unido de aplicar sanções à Rússia na sequência do ataque químico que matou 87 pessoas na Síria, na semana passada, avança a BBC.

Os responsáveis pela política externa dos países do G7 estão reunidos em Lucca, Itália, para discutir a guerra na Síria e os possíveis caminhos para reabrir o diálogo naquele país. Um dos tópicos na agenda era a discussão sobre punições financeiras sobre a Rússia por apoiar o regime de Bashar al-Assad, a quem é atribuída a autoria do ataque químico.

Chefes da diplomacia do G7 pressionam Rússia a terminar apoio a Bashar al-Assad

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Boris Johnson, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, era o principal defensor da aplicação de penas à Federação Russa caso Putin recusasse retirar as tropas russas da Síria e continuasse a apoiar o regime de Assad.

A ideia dos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo dos países mais industrializados do mundo era chegar a uma posição comum antes da deslocação de Rex Tillerson, o secretário de Estado americano, à Rússia, onde tentará persuadir o regime de Moscovo a abandonar a sua cooperação com a Síria. Segundo a BBC, os membros do G7 decidiram adiar uma decisão definitiva até haver “provas sólidas e irrefutáveis” sobre a responsabilidade do ataque.

Tillerson diz à Rússia que tem de escolher entre EUA e Assad

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, diz que a Rússia tem de escolher entre estar ao lado dos EUA e aliados ou apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad, o Irão e o Hezbollah. O chefe da diplomacia de Donald Trump, que falava à margem do encontro de ministros do G7 em Lucca, considerou não ser claro se a Rússia não assumiu as suas obrigações em relação à Síria ou se não foi capaz de o fazer, mas acrescentou que “isso não interessa muito aos mortos”.

Sobre o ataque do exército sírio com armas químicas da semana passada, que fez 86 mortos e desencadeou uma operação militar dos Estados Unidos contra uma base aérea do regime, Tillerson afirmou: “Não podemos deixar que volte a acontecer”. O secretário de Estado afirmou que os EUA não veem qualquer papel futuro para Bashar al-Assad na Síria. Tillerson vai realizar hoje a sua primeira visita a Moscovo.