Apesar de não estar prevista, a reunião desta quarta-feira entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, acabou por durar quase duas horas.

Numa conferência de imprensa depois da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, revelou que a conversa foi muito abrangente e franca.

Lavrov reconheceu “questões profundamente enraizadas” entre os Estados Unidos e a Rússia, mas acredita no potencial das duas nações em trabalharem juntas. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo salientou ainda que os dois países não podem ter este tipo de relações mas Tillerson reconheceu que a relação entre os Estados Unidos e a Rússia está com “baixos níveis de confiança”, sendo a situação da Ucrânia um dos obstáculos.

O fim de Bashar al-Assad e a origem dos ataques químicos

Os representantes dos dois países discutiram o futuro do regime de Bashar al-Assad na Síria. Tillerson defendeu o afastamento de Assad do regime, que deve ser feito de forma ordeira, e apelou a ajuda de Putin em fazer com que Assad “reconheça” essa realidade.

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Apesar das certezas dos EUA de que o regime de Bashar al-Assad foi o responsável pelo ataque químico da semana passada, Lavrov afirmou que não tem factos suficientes que provem a origem do ataque.

A falta de provas das interferências russas nas eleições norte-americanas

Quanto às eleições presidenciais dos Estados Unidos, tanto Tillerson quanto Lavrov afirmaram que o assunto foi debatido “ao de leve”. “Tocámos nesse assunto brevemente”, segundo o secretário de estado americano. Admitindo a sua seriedade, Tillerson disse que a questão está “bastante consolidada”. Por sua vez, Lavrov defendeu que “nenhum facto foi confirmado”.

Rússia votou contra resolução sobre Síria no Conselho de Segurança da ONU

Rex Tillerson iniciou esta terça-feira a sua primeira visita oficial a Moscovo como o primeiro responsável da administração de Donald Trump a visitar a Rússia.

Dmitry Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, tinha revelado aos jornalistas numa conferência de imprensa na terça-feira que não havia qualquer “reunião com Tillerson na agenda do presidente”, mas esta acabou por acontecer. A justificação dada foi a de que Rex Tillerson iria seguir um protocolo diplomático rígido durante a visita, daí que a única reunião marcada era com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.