Foram encontradas moléculas de hidrogénio em Encélado, uma das luas de Saturno, anunciou esta quinta-feira a NASA, noticiando um estudo do Souhtwest Research Institute. Essas moléculas de hidrogénio foram detetadas pela sonda Cassini na região polar sul do satélite e têm origem nos processos hidrotermais no oceano que existe debaixo da camada de gelo que constitui a superfície de Encélado. Tal como o carbono, o hidrogénio é um dos elementos essenciais à vida. A par de Europa (lua de Júpiter), Encélado é o lugar onde é mais provável encontrar vida além da Terra, afirma a NASA.

A presença de hidrogénio estabeleceu outra referência, afirmando que há atividade hidrotermal no interior do planeta. E isso é interessante porque sabemos pelos nossos oceanos que esses são lugares que pulsam com vida e que foram, provavelmente, um dos primeiros lugares onde a vida surgiu na Terra.”

As moléculas de hidrogénio foram detetadas em vapores de água. De acordo com as declarações dos cientistas, prestadas na conferência de imprensa na agência espacial norte-americana, o vapor é produzido pelas reações hidrotermais entre as rochas quentes do núcleo do planeta e a água oceânica sob a superfície de Encélado. Agora, os cientistas desconfiam que o hidrogénio pode participar na metanogénese, ou seja, num processo feito por alguns microrganismos (como certas bactérias) em que a matéria orgânica é transformada em metano e dióxido de carbono. É graças à metanogénese que esses seres vivos conseguem sobreviver em habitats submarinos com muita pressão onde a luz solar não chega.

Estes dados foram recolhidos pela sonda Cassini em 2015, quando ficou a menos de 50 quilómetros do pólo sul de Encélado e conseguiu estudar a composição da lua e a atividade hidrotermal do satélite natural. Foi usado um espectrómetro de massa, uma técnica que ajuda a detetar e identificar moléculas com base na sua massa e estrutura química.

Esse estudo pode ajudar a compreender se o oceano que existe debaixo da superfície gelada de Encélado pode suportar vida. A 15 de setembro, a sonda Cassini fará a sua última viagem: vai aproximar-se de Saturno e entrar na sua atmosfera até perder sinal com a Terra. Enquanto resistir à entrada no gigante gasoso, vai continuar a enviar para os cientistas informações acerca da composição da atmosfera de Saturno.

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