Dez museus e monumentos portugueses encontram-se este sábado fechados, no segundo e último dia de greve decretada pela Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas, disse à agência Lusa fonte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Segundo a mesma fonte, encontram-se fechados a Casa Museu Anastácio Gonçalves e os museus nacionais do Teatro e da Dança, de Arqueologia e de Etnografia e os dois polos do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, os museus nacionais Grão Vasco, em Viseu, e Soares dos Reis, no Porto, mais o Monográfico de Conímbriga, assim como o Mosteiro de Alcobaça e a Torre de Belém.

“O Mosteiro da Batalha encerrou na sexta-feira mas hoje está aberto ao público”, acrescentou a fonte da DGPC.

Segundo a DGPC, estão ainda parcialmente abertos o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, o Palácio Nacional de Mafra e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra.

À hora de almoço encerraram, execionalmente, o Panteão Nacional e o Palácio Nacional de Mafra, que irão reabrir, acrescentou.

De acordo com a DGPC, os restantes museus portugueses dependentes deste organismo encontram-se abertos ao público.

Entre os museus abertos contam-se os museus nacionais de Arte Contemporânea (Museu do Chiado), da Música e do Azulejo, em Lisboa, e o Museu Nacional Frei Bartolomeu do Cenáculo, em Évora, além do Palácio da Ajuda e do Forte de Sagres.

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Hoje de manhã, Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, disse que a greve dos museus registava hoje uma adesão de 80 por cento.

De acordo com Artur Sequeira, eram 15 os equipamentos encerrados hoje enquanto dez tinham aberto portas.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas decretou uma greve nacional dos trabalhadores dos museus, para sexta-feira e hoje, para contestar a falta de pessoal nos museus.

“O Governo não tem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, que se arrastam há anos”, disse Artur Sequeira, sublinhando que o ministro da Cultura se tinha comprometido com a integração de 108 trabalhadores nos quadros da administração pública, o que acabou por não acontecer.

O setor da Cultura “tem uma falta de pessoal crónica por várias razões: aposentações de funcionários, saídas por acordo e o fecho das admissões na administração pública”.

Outra das questões alvo de contestação dos sindicatos diz respeito ao projeto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais: “É o Ministério da Cultura que deve gerir estes serviços para garantir um serviço público de qualidade”.

A reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional são também reivindicações dos sindicatos.

Na semana passada, fonte do Ministério da Cultura disse à Lusa que o Governo quer integrar 113 trabalhadores de museus e monumentos nos quadros da Administração Pública através de concurso, mas aguarda autorização da tutela das Finanças.