O Sporting é reconhecidamente uma das melhores escolas de formação do Mundo, o Benfica começou a diminuir o fosso para o rival nos últimos anos e hoje, fruto do avultado investimento no Caixa Futebol Campus e na área da formação, em nada a fica atrás dos leões a não ser no plano histórico (afinal, os leões “fabricaram” dois Bolas de Ouro, Cristiano Ronaldo e Luís Figo). Têm resultados desportivos, perspetivam resultados financeiros: esta sexta-feira, a meia-final da Youth League (a Liga dos Campeões para os mais novos) entre os encarnados e o Real Madrid será uma montra que contará com dezenas de olheiros; ao mesmo tempo, os leões vão dominando no plano nacional, parecendo estar embalados para a conquista do Campeonato Nacional de juniores. Pelo meio, ambos já pensam na possibilidade de puxar alguns miúdos para os seniores e, mais tarde, vende-los por verdadeiras fortunas.

João Mário tornou-se em 2016 o português mais caro da Primeira Liga: saiu para o Inter por 40 milhões, mais 5 por objetivos

Olhando para as maiores transferências de sempre do Sporting, retira-se Slimani e Rojo e estão todos lá: João Mário (40 milhões que podem chegar aos 45, para o Inter), Nani (25,5, Manchester United), Cristiano Ronaldo (15, Manchester United), Hugo Viana (12,5, Newcastle), Simão (12,5, Barcelona), João Moutinho (11, FC Porto) e Bruma (10, Galatasaray), entre outros como Quaresma, Cédric, Eric Dier ou Tiago Illori. No lado do Benfica, e depois de uma fase onde se comprava novo para formar e alienar por verdadeiras fortunas (David Luiz, Di María, Ramires, Coentrão, Witsel, Rodrigo e Javi García, entre tantos outros), gerou-se a era das vendas dos produtos made in Seixal: Renato Sanches (35 milhões, Bayern), Gonçalo Guedes (30, PSG), Bernardo Silva (15,75, Mónaco), João Cancelo (15, Mónaco), Ivan Cavaleiro (15, Mónaco) ou André Gomes (15, Valencia).

P.S. E nesta parte convém recordar que os montantes globais da transferência não foram propriamente aqueles que os clubes receberam, em virtude da alienação de percentagens de passes a fundos ou à partilha de direitos.

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Esqueçamos neste artigos as equipas B e os jogadores que têm dado nas vistas este ano como Gelson Dala, Pedro Delgado (Sporting), Rúben Dias, Pedro Rodrigues ou Diogo Gonçalves (Benfica). Centremo-nos apenas nos jogadores ainda com idade de júnior. Qualidade não falta. O futuro está assegurado, assim se queira. E existem mais Gelsons Martins e Renatos Sanches nas academias além dos que já estão nos seniores.

Quem são os futuros craques do Sporting?

O Sporting juntou este ano duas das gerações mais promissoras da Academia: a fornada de 1998, que foi campeã de iniciados, e a de 1999, que ganhou o título de juvenis. E a isso juntou um dos jogadores mais cobiçados em termos europeus entre a geração de 1998: o turco Merih Demiral. Formado no Fenerbahçe, o central internacional Sub-21 apareceu nos seniores do Alcanenense, tendo desde logo despertado a atenção dos verde e brancos com sucesso.

No meio-campo, há opções para todos os gostos: Bruno Paz, que faz o segundo ano de júnior, é um polivante capaz de jogar a lateral direito, central, médio defensivo, médio construtor ou falso ala mantendo sempre a mesma qualidade; já a dupla Daniel Bragança e Miguel Luís, de primeiro ano, assegura inteligência de jogo, qualidade de passe, remates de meia-distância e muitas assistências para golo mesmo com características distintas.

Na frente, o grande destaque vai para Pedro Marques, um avançado completo contratado ao Belenenses que se tem evidenciado não só pelos golos mas também pela forma como joga e consegue pôr a equipa a jogar, nunca virando a cara à luta como primeiro foco de pressão junto das defesas adversárias. Elves Baldé e Jovane Cabral são dois daqueles típicos jogadores da formação verde e branca que jogam nas alas, são velozes e muito tecnicistas.

Quem são os futuros craques do Benfica?

Se existe muito futuro no Sporting. não se pense que o Benfica fica atrás. E começando exatamente pelo setor recuado, salta logo à vista o nome de Pedro Álvaro: com perfil típico de patrão da defesa, tem ainda idade de juvenil (nasceu em 2000) mas já joga no escalão acima e, até por ter feito todo o trajeto no clube, é visto como um dos valores garantidos para o futuro não só como jogador mas também como transportador da “mística”.

O meio-campo é muito semelhante ao que se vê nos leões: muita qualidade, muita quantidade. Gedson Fernandes e Florentino Luís têm um ano de diferença mas muitas coisas em comum, desde a capacidade em desempenhar mais do que uma função à competência com que conseguem dominar os acontecimentos nas transições, sejam elas defensivas ou ofensivas. Mais à frente, João Félix, o mais novo de sempre a alinhar pela equipa B dos encarnados (ainda nem 17 anos tinha), é a garantia de criatividade e magia com a bola nos pés: um típico número 10 com argumentos que já começam a ser raros e que, curiosamente, fez grande parte da formação no FC Porto.

Na frente, o destaque vai de forma inevitável para o menino que já teve oportunidade até de jogar na equipa principal de Rui Vitória: José Gomes. O guineense, que chegou muito cedo ao Caixa Futebol Campus com estatuto de residente, já era conhecido pela capacidade de marcar golos atrás de golos, que levaram à conquista dos títulos de campeão de iniciados e juvenis. Com o tempo, “cresceu” como jogador, começou a jogar também fora da área e foi puxado para escalões superiores, primeiro os juniores, depois da equipa B e até ao conjunto principal.