O UKIP pretende incluir no seu manifesto eleitoral a proibição do uso de burcas, niqbas e outros véus islâmicos no Reino Unido. Em entrevista à BBC, o líder do partido eurocético e anti-emigração britânico, Paul Nuttall, defendeu que o uso da burca ou niqab representa um risco para a segurança nacional, uma vez que esconde a cara de possíveis terroristas.

“Neste momento, temos um risco de segurança elevado e para as câmaras de vigilância serem eficazes precisamos de ver a cara das pessoas. Em segundo lugar, existe o problema da integração”, disse, admitindo não acreditar que alguém que ande com a cara tapada possa integrar-se ou usufruir dos “frutos da sociedade britânica”. De acordo com o líder do UKIP, o uso do véu islâmico é um dos motivos para a alta taxa de desemprego das mulheres muçulmanas no Reino Unido.

Chamando a atenção para o facto de não poder “entrar num banco com um passa-montanhas ou um capacete”, Nuttall afirmou não entender porque é que algumas pessoas podem andar de cara tapada. “Se eu não posso fazer isso e se as outras pessoas não podem fazer isso, não percebo porque algumas pessoas hão-de ter direitos especiais”, disse, sugerindo a aplicação de uma multa às mulheres que usem véu, caso a proibição ande para a frente.

Theresa May pede eleições antecipadas para 8 de junho

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo Nuttall, a proibição do uso da burca ou do niqab no Reino Unido está em linha com a política de países europeus como a Bélgica ou a Bulgária. “Existe uma proibição na cidade de Barcelona, em alguns sítios em Itália e, de facto, Angela Merkel está a falar disso neste momento na Alemanha”, salientou. “Manfred Weber [do Partido Popular Europeu], líder do maior grupo do Parlamento Europeu, tem falado de uma proibição a nível europeu. Podemos acompanhar a tendência ou ficar atrás dela.”

O líder do UKIP admitiu ainda à BBC que pretende impedir que a xaria, a lei canónica muçulmana baseada no Alcorão, se torne “num sistema legal paralelo” no Reino Unido. “Não é correto termos um tribunal neste país onde a palavra de uma mulher vale apenas metade de a de um homem. Não existe lugar para isso numa democracia ocidental liberal, democrática e funcional.”

E as eleições? Nuttal vai tomar uma decisão na próxima semana

Questionado sobre as eleições legislativas, marcadas para 8 de junho, Paul Nuttal esquivou-se a admitir se ia ou não concorrer. “Irei tomar uma decisão na próxima semana. Obviamente irei conversar com os órgãos locais” do UKIP, afirmou.