Decore o hashtag #WhoMadeMyClothes. A semana da revolução da moda — Fashion Revolution Week para os amigos — arranca hoje para mostrar que uma etiqueta é muito mais que um preço ou um código de barras. O movimento global, organizado por consumidores de 93 países, desafia marcas nacionais e internacionais a mostrar quem confecciona as suas roupas. Como? Tire uma fotografia à etiqueta interior de uma peça de roupa, partilhe-a no Twitter ou Instagram com o hashtag e aguarde por uma resposta da marca a mostrar quem fez a sua roupa. Tudo com o objetivo de sensibilizar criadores, marcas, consumidores e artesãos a contribuir para uma indústria de moda transparente, que tanto protege economias locais como a dignidade dos seus trabalhadores.

As fotografias com o hashtag #IMadeYourClothes mostram quem anda a confeccionar a roupa que guarda no armário. (foto: Fashion Revolution)

Já as marcas também podem fazer parte da semana da revolução da moda através da hashtag #IMadeYourClothes (em português: eu fiz as tuas roupas). A Zara, da cadeia Inditex que tem aparecido ligada a várias polémicas de produção, é uma das marcas que está a envolver-se com o movimento. A iniciativa decorre de 14 a 30 de abril de 2017.

A ideia, coordenada em Portugal por Salomé Areias, foi criada no Reino Unido por Carry Somers e Orsola de Castro depois de assistirem a 24 de abril de 2013 ao ruir do Rana Plaza em Dhaka, Bangladesh, que provocou mais de mil mortes e 2500 feridos. Um evento que alegam ter sido causado grande pressão do ocidente em produzir muita roupa, a baixo preço, mesmo sob fracas condições, tão rápido quanto possível. Hoje o movimento da Fashion Revolution luta pela transparência para que as pessoas que fazem as nossas roupas saiam do anonimato, as técnicas sejam valorizadas, a atividade económica estimulada e os ecossistemas e tempo de produção respeitados.

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A semana da revolução da moda em Portugal

Para além de promover a hashtag, o Fashion Revolution Portugal também está a organizar pela quarta vez consecutiva um fim de semana de sensibilização. De 29 a 30 de abril, o Mercado de Arroios, em Lisboa, acolhe atividades e promete reunir marcas que trabalham para um futuro da indústria mais sustentável. A programação inclui workshops, oficinas de transformação e reparação de peças de roupa, um mercado sustentável de produtos portugueses, encontro de tricot, um mercado de trocas de roupa (apelidado Swap Market), um debate sobre como consumir sustentável em Portugal e um desfile de marcas sustentáveis.

Ao longo da semana, de 24 a 28 de abril, a Faculdade de Arquitetura de Lisboa irá igualmente receber palestras e workshops para falar sobre moda sustentável e sobre como devemos repensar o sistema de moda. Com ou sem etiquetas, a entrada é gratuita.