O AKP, o partido islamita-conservador no poder na Turquia desde 2002, deverá organizar um congresso extraordinário em maio para reintegrar o Presidente Recep Tayyip Erdogan após a sua vitória no referendo sobre o reforço dos poderes presidenciais.

De acordo com os ‘media’ turcos, o congresso do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) deverá decorrer em 21 de maio, um domingo, com o objetivo de restabelecer as ligações entre o Presidente e o partido que fundou, uma das principais disposições da reforma constitucional aprovada no referendo de 16 de abril.

Ao citarem um responsável do AKP, a cadeia televisiva NTV e o diário Hurriyet adiantaram que Erdogan será apresentado no congresso como o candidato único à presidência do partido.

Erdogan, que cofundou o AKP em 2001, foi forçado a renunciar à direção do partido em 2014, quando foi eleito Presidente da República por sufrágio direto.

A revisão constitucional aprovada em 16 de abril por 51,35% dos votos prevê ainda a transferência do poder executivo para o chefe de Estado, a supressão do cargo de primeiro-ministro, e poderá permitir o prolongamento seu mandato pelo menos até 2029.

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Para Erdogan, 63 anos, esta medida era necessária para dotar a Turquia de um executivo forte e estável num momento em que o país se confronta com importantes desafios económicos e securitários.

Os seus opositores denunciaram um texto redigido com o objetivo prioritário de satisfazer as ambições de Erdogan, acusado de deriva autoritária, em particular após o fracassado golpe de Estado em julho de 2016.

As principais forças da oposição denunciaram uma fraude eleitoral e o Partido Republicano do Povo (CHP, pró-secular) anunciou na quarta-feira que vai contestar os resultados junto do tribunal europeu de direitos humanos com sede em Estrasburgo, França.