“O Círculo”

Uma fita passada num futuro muito próximo e que especula sobre uma sociedade em perigo de mergulhar no totalitarismo digital, baseando-se num livro de David Eggers, que co-assina o argumento, com o realizador James Ponsoldt. Emma Watson personifica Mae, uma rapariga que vai trabalhar para O Círculo, uma mega-empresa de novas tecnologias, espécie de Microsoft, Facebook, Google e Yahoo concentradas numa mesma entidade. Depois de se transformar numa funcionária “estrela” do Círculo, Mae descobre que sob o discurso humanitário, filantrópico e idealista de dois dos seus fundadores (interpretados por Tom Hanks e Patton Oswalt), todo a favor da “transparência”, da oposição ao “big government”, da democracia “online” e da interligação global dos países, está a vontade de abolir toda e qualquer privacidade, de se substituir ao governo e de criar um poder mundial alternativo. Esta visão ameaçadora de um mundo orwelliano baseado na interconetividade é obviamente exagerada mas curiosa. Só que assenta num enredo convencional de “thriller” que depressa cai na inverosimilhança, e exige a inevitável resolução “feliz” e castigadora dos “maus”.

“Guardiões da Galáxia, Vol. 2”

O sucesso maciço do filme de super-heróis gozão original estava mesmo a pedir uma continuação. Cá está ela, escrita e realizada de novo por James Gunn (e já há uma parte três na forja, porque a Marvel não brinca em serviço). Desta vez, e passado meio ano sobre os acontecimentos do primeiro filme, os Guardiões são encarregues de uma nova missão, que implica terem que enfrentar um monstro inter-dimensional chamado Abilisk. Isto enquanto viajam pelo cosmos, procuram manter-se unidos e tentam descobrir o mistério sobre a verdadeira origem de Peter Quill (Chris Pratt). Kurt Russell e Sylvester Stallone são dois dos atores que se juntam às caras já conhecidas do elenco deste 15º filme do Universo Marvel no cinema, e que além de Pratt incluem Michael Rooker, Zoe Saldana, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Michael Rooker ou Glenn Close. Mas há ainda mais convidados especiais neste “Guardiões da Galáxia, Vol. 2”: é o caso de Ving Rhames, Michelle Yeoh e… Miley Cyrus. O orçamento deste “Vol. 2” ultrapassou em muito os 200 milhões de dólares, imitando assim a fita original de 2014.

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“Fátima”

João Canijo enviou onze atrizes — Rita Blanco, Anabela Moreira, Teresa Madruga, Cleia Almeida, Sara Norte, Ana Bustorff, Márcia Breia, Íris Almeida, Vera Barreto, Alexandra Rosa e Teresa Tavares – para Vinhais, em Bragança, fazer um “estágio” junto das gentes da região. E depois mandou-as duas vezes em peregrinação até Fátima (a que começa ali é a mais longa e árdua de Portugal, cerca de 400 quilómetros), antes de começar a filmar, reproduzindo ao pormenor as condições de uma romaria com estas características. O resultado chama-se “Fátima”, um filme que não é “pró”, “anti” ou de “tese” sobre o fenómeno de Fátima. O que interessa ao realizador de “Noite Escura” e “Sangue do Meu Sangue” não é o sobrenatural. É o que os humanos são capazes de levar a cabo em nome desse sobrenatural. No caso vertente, um grupo de onze mulheres vir a pé de Trás-os-Montes para o santuário, numa maratona que é mais de sofrimento e de confrontos, do que de espiritualidade e fé, e onde o pronto-socorro ganha mais importância que o socorro das almas. “Fátima” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.