Em Portugal, a Marcha Mundial pelo Clima terá palco, este sábado, em Lisboa, Porto e Aljezur. O pano de fundo é a condenação das políticas norte-americanas sobre combustíveis fósseis e a prospeção de petróleo na costa portuguesa.

Dezenas de associações da sociedade civil e vários políticos estão na organização da iniciativa em Portugal, como tem acontecido nos últimos anos, juntando-se a todos aqueles que, em 25 países, vão exigir novas medidas para mudar o atual paradigma de exploração de combustíveis fósseis.

Estes são responsáveis por grande parte das emissões de gases com efeito de estufa que resultam nas alterações climáticas e no aumento da frequência de fenómenos extremos, de precipitação ou de seca, de ondas de calor ou de frio.

A base da marcha internacional é a capital dos Estados Unidos, Washington, tendo como pano de fundo a condenação das políticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, que desvalorizam a defesa do clima.

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Em Portugal, o tema escolhido é a reivindicação da travagem da prospeção de petróleo e gás na costa de Aljezur e do fim dos contratos para exploração de hidrocarbonetos no país.

Como explicou à agência Lusa o ambientalista João Camargo, do movimento Climáximo, uma das entidades organizadoras, a marcha deste ano foi convocada nos Estados Unidos “como protesto contra as políticas anti clima do Presidente Donald Trump e toda a destruição que elas implicam”.

“Além desse apelo internacional, também respondemos a uma situação que é a autorização de um furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur”, adiantou.

As marchas “têm tido bastantes participantes” nos últimos anos e a questão “felizmente tem ganhado relevância na sociedade portuguesa, particularmente preocupada com este tema”, por isso, os organizadores esperam “uma adesão bastante significativa” nos três locais.

João Camargo recordou que o Governo autorizou há alguns meses a realização de um furo de prospeção de petróleo, pela Galp e ENI, ao largo de Aljezur, o que originou a reivindicação de “parar definitivamente” este processo e revogar os restantes nove contratos existentes em Portugal.

Já foram cancelados seis contratos no Algarve e “é importante continuar esse processo”, acrescentou.

“Portugal não pode entrar, neste momento, num período de exploração de combustíveis fósseis, quando sabemos da necessidade de cortar radicalmente as emissões de gases com efeito de estufa”, como foi decidido por mais de 190 países, no Acordo de Paris, concluiu o ambientalista.

Participam nas marchas em Portugal várias associações, não só ambientalistas, mas também sindicatos e partidos políticos, além dos movimentos locais contra a exploração de combustíveis fósseis.