A encosta sudoeste da serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, registou, em seis dias, oito focos de incêndio em zona florestal, situação que está a preocupar as autoridades que desconfiam de fogo posto.

Tivemos oito ignições em dias seguidos, desde o dia 25 de abril. Uma por dia e, no fim de semana, duas no sábado e duas no domingo”, disse esta terça feira à agência Lusa Nuno Osório, comandante municipal da Proteção Civil da Figueira da Foz.

De acordo com o também comandante dos Bombeiros Municipais da Figueiras da Foz, as ignições têm surgido numa área com cerca de 100 metros “em linha reta” entre o chamado Farol Velho do Cabo Mondego (no limite da povoação dos Vais, junto à estrada que sobe da avenida marginal de Buarcos para a serra da Boa Viagem) e a encosta sudoeste, virada ao mar, daquela zona florestal.

A mesma fonte indicou que as ignições ocorreram “sempre durante o dia, até às 20:00”, e que foram prontamente combatidas pelas corporações de Municipais e Voluntários da Figueira da Foz, com o apoio de meios do Gabinete Técnico Florestal da autarquia, que evitaram que as chamas alastrassem à serra da Boa Viagem, elevação cujo ponto mais alto se situa a 262 metros de altitude, situada a cerca de três quilómetros a norte da cidade.

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Só no feriado de 01 de maio [segunda-feira] é que não houve nenhuma ignição. Mas foi a semana toda nisto”, lamentou Nuno Osório.

A situação levou ao reforço da vigilância na zona, embora o comandante operacional municipal recuse divulgar, em concreto, as medidas no terreno, adiantando apenas que o caso foi comunicado à PSP e Polícia Judiciária. O parque florestal da serra da Boa Viagem, que possui cerca de 400 hectares, foi quase totalmente destruído por um incêndio há 24 anos (1993), salvando-se apenas uma zona central em redor da capela de Santo Amaro e Vale dos Cedros, e algumas áreas dispersas pela serra.

Doze anos mais tarde, em 2005, outro incêndio afetou igualmente a mancha florestal do parque (denominado Manuel Alberto Rei, em homenagem ao regente florestal responsável pela sua arborização nas primeiras décadas do século XX) e a encosta sul, a única urbanizada, que fica virada para a cidade da Figueira da Foz.