Bahias, uma aldeia indígena no município de Viana, a pouco mais de 200 quilómetros de São Luís, Maranhão, foi alvo de um violento ataque por homens com pistolas e facas, registando-se um total de 13 feridos, entre os quais cinco baleados e dois com as mãos decepadas, de acordo com o Conselho Indígena Missionário (Cimi).

Segundo a mesma organização, e numa altura em que a Polícia Militar confirmou a possibilidade de o ataque ter sido levado a cabo por fazendeiros da região que disputam o espaço, tudo terá sido marcado através das redes sociais e programas de rádio. O grupo concentrou-se numa área chamada de Santero. A Polícia Federal também já está na região para evitar mais confrontos.

O Estadão destaca que o Ministério da Justiça começou por referir que iria averiguar “o ocorrido envolvendo pequenos agricultores e supostos indígenas no povoado de Bahias”, alterando depois parte do texto para “conflito no povoado” sem utilizar essa expressão inicial dos “supostos indígenas”.

Na última sexta-feira, os gamelas, um grupo com cerca de 400 famílias, ocuparam uma área que reclamam ser território tradicional, numa luta que começou em 2014, quando iniciaram uma campanha para recuperarem as terras que lhe dizem ter sido retiradas. Os fazendeiros locais, por seu turno, têm uma visão oposta, reivindicando o espaço.

Acrescente-se que este foi já o terceiro ataque contra gamelas, sendo que nos primeiros, realizados nos dois últimos anos, a população conseguiu expulsar as pessoas.