Durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, cuja transcrição foi publicada no site do Departamento de Estado, o sub-secretário adjunto dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Michael Fitzpatrick, sublinhou que o país está preocupado com a convocatória a uma Assembleia Constituinte na Venezuela.

Estamos profundamente preocupados com os motivos para esta Assembleia Constituinte, que ignora a vontade do povo venezuelano e corrói ainda mais a democracia venezuelana. Trata-se de esforços do Governo venezuelano para impedir a realização de eleições e para usurpar a autoridade da assembleia nacional venezuelana”, afirmou.

Mas Fitzpatrick foi ainda mais longe nas críticas a Maduro: “O que o Presidente [da Venezuela] está a tentar fazer novamente é mudar as regras do jogo. Sabe que está a perder poder e procura manipular as coisas, reescrever as regras, de modo a assegurar o acesso continuado ao poder, privilégios e proteções, para si e os seus amigos”.

Por outro lado, o sub-secretário adjunto dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental explicou que as ações anunciadas pelo Presidente da Venezuela poderão dar motivo para considerar a aplicação de novas sanções contra funcionários do Governo de Caracas.

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“Uma das primeiras coisas que estamos a fazer, diplomaticamente, é consultar com todos os nosso vizinhos e parceiros da região — devido ao facto de o problema da Venezuela não ser com os Estados Unidos. Com toda a franqueza, o regime tem problemas com o seu próprio povo. Os EUA trabalharão em estreito contacto com outras nações para desenvolver um enfoque regional holístico, em resposta ao que o Governo de Nicolás Maduro está a fazer”.

Na segunda-feira, Nicolás Maduro convocou os venezuelanos para elegerem uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã, para, justificou, preservar a paz e a estabilidade da República, incluir um novo sistema económico, segurança, diplomacia e identidade cultural. Segundo Maduro, como parte das suas “atribuições constitucionais” está a reforma do Estado venezuelano, modificar a ordem jurídica, permitindo a convocatória redigir uma nova Constituição.

As marchas a favor e contra o Presidente venezuelano intensificaram-se há um mês e, segundo dados oficiais, 28 pessoas morreram. Fontes não oficiais elevam para 34 o número de mortos em manifestações, nas quais mais de 500 pessoas ficaram feridas e mais de 1.300 foram detidas.