O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, visitou esta quinta-feira a exposição portuguesa na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, para “projetar a participação portuguesa na UNESCO”.

Augusto Santos Silva visitou, ao final da tarde, a exposição “Portugal e a UNESCO – Conhecer, salvaguardar e partilhar”, patente desde 1 de maio até esta sexta-feira, uma mostra organizada no quadro da candidatura de Portugal ao Conselho Executivo da UNESCO (2017-2021) cuja eleição é em novembro.

“A minha presença aqui insere-se também no nosso objetivo de sermos eleitos para o próximo Conselho Executivo, insere-se também no facto de nós estarmos, neste momento, a terminar o nosso mandato como membros do comité do Património Mundial da UNESCO mas vai além disso porque procura projetar a participação portuguesa na UNESCO que tem sido, do meu ponto de vista, exemplar, no quadro da democracia portuguesa”, afirmou o ministro à Lusa.

O chefe da diplomacia portuguesa elencou que além da candidatura em curso de Portugal ao Conselho Executivo da UNESCO, “é português o secretário-geral das Nações Unidas”, que Portugal elegeu uma portuguesa para o Comité de Direito Internacional, um português para membro do Comité dos Direitos Económicos e Sociais e que há, ainda, em curso, a candidatura de um português para o comité das Nações Unidas de análise da extensão das plataformas continentais.

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“Quando, como eu creio, Portugal for eleito para o Conselho Executivo da UNESCO, isso significará que Portugal assumirá mais uma responsabilidade no quadro das Nações Unidas. Do nosso ponto de vista, não é para ter lugares por ter, é assumir as nossas responsabilidades plenas como membro pleno do sistema das Nações Unidas”, declarou.

Augusto Santos Silva sublinhou que a sua visita à sede da instituição vai para além da “campanha de candidatura” de Portugal e da procura de apoios, destacando que a exposição portuguesa mostra “o empenhamento de Portugal naquela que é a missão geral da UNESCO”.

O ministro explicou que Portugal participa, por exemplo, nos programas da rede de escolas e da rede de cátedras da UNESCO, que tem “um dos conjuntos mais importantes de geoparques e de reservas da biosfera”, além “de ser conhecida a riqueza de Portugal em termos de bens classificados como bens de património mundial” e “a influência portuguesa sobre bens classificados” em Marrocos, na China – em Macau – e em Moçambique.

“Por isso, quando nós estamos na UNESCO sentimo-nos em casa, não só porque nos sentimos em casa no universo das Nações Unidas, como nos sentimos especificamente em casa nesta organização que promove os valores das Nações Unidas nas áreas da educação, da cultura e da ciência”, acrescentou.

A exposição “Portugal e a UNESCO – Conhecer, salvaguardar e partilhar” mostra algumas das atividades desenvolvidas pelo país enquanto estado-membro da organização, nomeadamente o trabalho da comissão portuguesa na UNESCO na implementação da Convenção do Património Mundial, na Rede das Reservas da Biosfera, no Programa dos Geoparques Mundiais, nas Cátedras portuguesas da UNESCO e nas boas práticas no contexto da Convenção para a Proteção do Património Cultural Subaquático.

A mostra remete, ainda, para a história de Portugal ao ilustrar os caminhos marítimos percorridos através de sete sítios do Património Mundial em África, na Ásia e na América Latina.

Esta sexta-feira, Augusto Santos Silva vai reunir-se, de manhã, com o homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, e, à tarde, vai deslocar-se ao Liceu Montaigne para se encontrar com alunos da secção internacional portuguesa e celebrar o Dia da Língua Portuguesa e das Culturas na CPLP.