A polícia federal brasileira deteve esta quinta-feira três antigos diretores da Petrobras no âmbito do caso Lava Jato. Os três são suspeitos de terem recebido mais de 10o milhões de reais, cerca de 29 milhões de euros, em luvas atribuídas por empresas de construção civil.

De acordo com um comunicado divulgado pelas autoridades brasileiras, em causa estão suspeitas dos crimes de fraude, corrupção, branqueamento de capitais e evasão fiscal. Estes diretores recebiam, alegadamente, luvas para beneficiarem empresas que procuravam celebrar contratos com a companhia petrolífera estatal.

Os pagamentos eram intermediados por duas empresas de fachada que simulavam prestação de serviços de consultadoria com as construtoras. As verbas era depois distribuídas de três formas: pagamentos em espécie, transferências para contas na Suíça e pagamento de despesas pessoais dos antigos administradores.

O alegado esquema de corrupção manteve-se ativo até junho do ano passado, mesmo depois do início da operação Lava Jato, que deixou na mira da justiça vários responsáveis políticos brasileiros e agentes ligados à Petrobras. No comunicado divulgado, Orlando Martello, procurador regional da República, é claro: “Mais uma vez, observa-se que o esquema criminoso instalado na Petrobras ainda não foi integralmente desfeito, pois a divisão das vantagens ilícitas e os próprios pagamentos de propina continuam a ocorrer mesmo após o desligamento dos agentes públicos da Petrobras, e, pasmem, permanecem ativos mesmo após tanto tempo de investigação. Isso demonstra que ainda são realmente necessárias medidas extremas para interromper a prática desses crimes, sendo perfeitamente justificáveis as prisões realizadas no decorrer da Operação”.

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A nova fase da operação Lava Jato, a 40ª etapa da operação, é conhecida pelo nome de código “Asfixia”, uma referência à tentativa de acabar com os esquemas de fraudes e de desvio de recursos públicos na Petrobras.