Importantes, ainda que não raras vezes inestéticos e pouco aerodinâmicos, os retrovisores exteriores podem estar prestes a desaparecer da carroçaria dos automóveis. Esse parece ser, pelo menos, o desejo da Audi, marca que, depois de ter trocado estes “apêndices” por câmaras nos protótipos de exposição, promete agora fazer o mesmo nos seus modelos em comercialização. E já a partir do próximo ano.

Segundo avança o Diariomotor, o futuro SUV da marca dos quatro anéis deverá ser o primeiro modelo que poderá vir a adoptar esta opção, prescindindo definitivamente dos chamados retrovisores exteriores, para passar a exibir em seu lugar pequenas câmaras viradas para trás, com a missão de mostrarem a área em redor da traseira do carro, projectando-a em seguida num ecrã colocado no habitáculo.

À partida, destinado a posicionar-se, em termos de line-up, acima do Q5 e abaixo do Q7, esse SUV poderá assim vir a adoptar a designação de Q6 e-tron – fruto também da inspiração que certamente irá buscar ao Audi e-tron quattro concept.

Com produção já agendada para a fábrica que a Audi possui em Bruxelas, na Bélgica, o futuro SUV de Ingolstadt poderá, desta forma, tornar-se no primeiro modelo de volume a adoptar esta solução. Isto depois de o Volkswagen XL1 já ter feito o mesmo, embora dificilmente se possa considerar que esta proposta tenha tido um volume significativo – até pelas suas características quiçá demasiado pioneiras e uma comercialização extremamente limitada.

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Quanto ao principal motivo para acabar com os actuais retrovisores, a Audi aponta, a exemplo de muitos outros construtores que certamente não tardarão a seguir o mesmo caminho, a maximização da eficiência, desde logo, aerodinâmica. É que os retrovisores utilizados hoje em dia são, devido às suas dimensões, um dos motivos para as turbulências e ruídos aerodinâmicos que se fazem sentir, especialmente quando a velocidades mais elevadas, no interior do habitáculo, sem esquecer o facto de serem compostos por mecanismos mecânicos e eléctricos, que facilmente se avariam. Além de estarem particularmente expostos a danos provocados por embates ou vandalismo.

Perante esta situação, que em termos de custos poderá levar inclusivamente a tornar a câmara uma solução mais barata, e com os legisladores a mostrarem uma cada vez maior receptividade à troca, desde logo, por motivos de segurança, é caso para acreditar que só um argumento possa vir a prolongar a vida dos vetustos retrovisores: o homem ser, basicamente, um “animal de hábitos” e estar já muito habituado a ter o tradicional retrovisor como companheiro de viagem.

Certo, no entanto, é que, uma vez ultrapassada essa estranheza relativamente a uma solução efectivamente mais funcional e segura, soluções como as que a Audi tem vindo a revelar nos seus concepts, com pequenas câmaras nos pilares A ou até mesmo nos painéis laterais, tenderão a disseminar-se entre os mais variados modelos automóveis. Passando a garantir uma maior e melhor visibilidade – seja por acabar com os chamados ângulos mortos, seja pela capacidade de detectar todo e qualquer perigo, mais fácil e mais depressa, inclusive, de noite. A Audi, pelo seu lado, promete começar a “revolução” já em 2018…