Vários emails relacionados com a campanha do candidato às eleições presidenciais francesas Emmanuel Macron foram esta sexta-feira divulgados online. A notícia foi avançada pela agência Reuters.

São cerca de nove gigabytes de informação divulgada por um usuário anónimo com o nome “EMLEAKS”, num site de partilha de documentos. Inicialmente a veracidade dos emails divulgados foi posta em causa mas os responsáveis pela campanha já confirmaram.

O movimento En Marche! foi vítima de um ataque maciço e coordenado esta noite, que deu origem à difusão nos media de várias informações internas”, pode ler-se num comunicado citado pela agência Reuters.

O mesmo comunicado revela ainda que “os documentos divulgados foram obtidos há várias semanas” através de contas pessoais de colaboradores da campanha presidencial. De acordo com a BBC, o candidato já condenou os ataques “maciço e coordenado” de hackers. A mesma fonte avança que os documentos foram misturados com ficheiros falsos para “confundir as pessoas” e difamar Macron. O jornal francês Le Figaro assegura que os emails “são todos legais e refletem o funcionamento normal de uma campanha presidencial”

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Nova sondagem: Macron distancia-se de Le Pen

O ministro do Interior recusou comentar justificando-se com a lei francesa que proíbe tecer comentários que possam influenciar o voto da eleitores, a partir da meia-noite do dia que antecede as eleições. Este episódio acontece a menos de dois dias antes da segunda volta das eleições presidenciais da França, onde Macron irá defrontar Marine Le Pen, no próximo domingo.

Uma nova sondagem desta sexta-feira e a última antes das eleições colocou Macron, com 63% dos votos, à frente de Le Pen, com 37% de votos estimados.

Comissão eleitoral apela à não publicação de dados pirateados

A comissão eleitoral francesa pediu aos media para não reproduzirem o conteúdo dos documentos internos da equipa do candidato centrista Emmanuel Macron publicados nas redes sociais após um ataque informático, nas vésperas da segunda volta das presidenciais.

Esta instância que supervisiona a campanha eleitoral francesa reuniu-se na manhã deste sábado para “fazer um ponto da situação das consequências do ataque informático que sofreu a equipa da campanha de Macron”, indicou um comunicado divulgado após a reunião.

Antes, o órgão já tinha anunciado que ia abrir uma investigação sobre o ataque informático.

Na nota informativa divulgada depois da reunião, a comissão eleitoral “sublinhou que a distribuição e a redistribuição de tais dados, obtidos de forma fraudulenta, e que podem, com toda a probabilidade, serem misturados com informações falsas, pode ser suscetível de um enquadramento penal e de envolver a responsabilidade dos seus autores”.

No comunicado, o órgão relembra a importância do ato eleitoral agendado para domingo e insta “todos os atores presentes nos ‘sites’ na Internet e nas redes sociais, principalmente os ‘media’, mas também todos os cidadãos” a exercerem um sentido de responsabilidade e a não reproduzirem tais conteúdos “de modo a não alterar a integridade da eleição, a não violar as proibições previstas na lei e evitar infrações penais”.

As últimas sondagens publicadas na sexta-feira (último dia de campanha) prognosticavam uma vitória folgada de Macron, com 61,5% a 63% das intenções de voto, contra 37% a 38,5% para Le Pen.