O cibercrime dominou esta sexta-feira as V Jornadas Contra a Violência, realizadas em Santarém pela Associação Portuguesa de Apoio à Vitima (APAV), que divulgou esta sexta-feira mecanismos de apoio às vítimas de crimes através da internet.

No futuro toda a criminalidade estará na internet” afirmou Pedro Verdelho, magistrado e coordenador do Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República na abertura de um painel, alertando para os riscos da “manipulação da informação” publicada online.

O tema da intervenção do magistrado nas V Jornadas contra a Violência era o enquadramento legal do cibercrime, mas Pedro Verdelho centrou-se em exemplos de ataques informáticos em vários pontos do mundo para demonstrar a “fragilidade” dos sistemas e a dificuldade de as vítimas se protegeram da nova criminalidade.

Uma realidade que está também “a mudar o paradigma da investigação e das respostas no apoio à vítima”, disse à Lusa Frederico Moyano Marques, assessor técnico da direção da APAV. A par com o cibercrime, a violência contra crianças e jovens e a violência contra idosos dominaram as preocupações da APAV que “nos últimos anos tem vindo a fazer um esforço de se capacitar para prestar apoio a todo o tipo de vítimas”.

Nesse sentido foram criadas “sub-redes especializadas em prestar apoio a familiares e amigos de vítimas de homicídio, a crianças vítimas de violência sexual” entre outras medidas para “diversificar a área de intervenção”, explicou.

No caso do cibercrime, “a vergonha” impede ainda muitas vezes a vítima de pedir ajuda, mas à APAV chegaram sobretudo queixas de situações em que “o agressor divulga imagens íntimas da vítima na internet, de pornografia e abuso sexual de crianças e de ‘cyberbullying'”.

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