Never give up, Veni Vidi Vici e Omnia vincit amor. Fernando Fonseca tem quase tantas tatuagens como anos, 20. E são quase todas dedicadas à família, menos as três com que arrancámos o texto. São frases motivacionais que dizem muito sobre quem é: um lateral que pode não fintar muito mas nunca desiste; um jogador que chegou de forma acanhada ao futebol mas não demorou a vingar; uma pessoa que acredita que o amor é a base de tudo.

Com Maxi Pereira castigado pela Liga e Layún “castigado” pelo clube, Nuno Espírito Santo arriscou a estreia do internacional olímpico e Sub-21 português. Nascido a 14 de março de 1997, Fernando Fonseca levava um total de 30 jogos na equipa B azul e branca em ano de estreia entre os seniores (28 na Segunda Liga, dois na Premier League International Cup). Podia ter ficado no banco, com a adaptação do central Boly ou do médio Herrera à lateral direita. Ainda assim, hoje era o dia. E tem tudo para não ficar por aqui.

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“Quando vou ao Youtube não vou para ver vídeos do Messi ou do Ronaldo. Não que não goste, mas prefiro ver vídeos do Stam, do Cantona, do Zanetti, desses jogadores. Sou menino de ir procurar primeiro vídeos de porrada no futebol do que dribles. Gosto de raça, de contacto, de entrega ao jogo”

Começou no Crestuma, passou pelo Boavista e chegou ao FC Porto ainda como infantil. Em entrevista ao Maisfutebol, em dezembro, assumiu que era um daqueles miúdos que saltava da ponte D. Luís para o rio Douro. A meio da conversa, explicou que já tinha passado por várias posições, de extremo a central, e que gosta dos jogadores raçudos, mais do que dos artistas. “Quando vou ao Youtube não vou para ver vídeos do Messi ou do Ronaldo. Não que não goste, mas prefiro ver vídeos do Stam, do Cantona, do Zanetti, desses jogadores. Sou menino de ir procurar primeiro vídeos de porrada no futebol do que dribles. Gosto de raça, de contacto, de entrega ao jogo”, contou.

Foi assim que chegou ao patamar mais alto: a titularidade na equipa principal dos azuis e brancos. No ano passado, onde carimbou o bicampeonato de juniores pelos dragões, acabou por beneficiar da lesão de Fábio Sturgeon, na altura no Belenenses, para esquecer a ausência no Campeonato da Europa de Sub-19 e brilhar nos Jogos Olímpicos do Brasil: foi opção inicial de Rui Jorge em três dos quatro jogos (Argentina, Argélia e Alemanha) e entrou ao intervalo no outro (Honduras). Mais tarde, seria também chamado à Seleção Sub-21. Agora, e confirmando-se que continuará a ser opção no FC Porto, fica pelo menos mais perto da Seleção principal.

A estreia, feita com uma camisola que dizia nas costas “Fernado”, foi marcada pela criação da primeira oportunidade do jogo (11′, remate por cima de André André) e pelo falhanço da melhor oportunidade do jogo (41′, na área, tendo apenas pela frente o guarda-redes Charles). Saiu no final, mas merece uma nova oportunidade.