O primeiro-ministro desvalorizou esta segunda-feira a caraterização de liberal feita ao recém-eleito Presidente francês, considerando, pelo contrário, que o programa de Emmanuel Macron está “muito alinhado” com o do Governo português em matéria europeia.

António Costa assumiu esta posição em declarações aos jornalistas no final da primeira parte da sua visita oficial de 24 horas ao Qatar, depois de questionado sobre o caráter político mais liberal do programa do futuro chefe de Estado francês.

“A posição que [Emmanuel Macron] tem apresentado em matéria de Europa aposta no reforço da sua componente social e, claramente, numa nova visão da zona euro como espaço de convergência económica. O programa é muito alinhado com as ideias que temos em matéria europeia”, defendeu o primeiro-ministro.

Em relação à derrota da candidata de extrema-direita Marine Le Pen na segunda volta das eleições presidenciais francesas, António Costa disse que a vitória do candidato independente Emmanuel Macron “foi seguramente um momento de alívio para toda a Europa”.

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“Sabemos que vamos poder continuar a contar com a França como um país ativo no contexto europeu. Os votos que faço são os de maior sucesso ao Presidente Macron no seu mandato e que seja possível dar pleno cumprimento ao programa que apresentou, em particular no que respeita à visão sobre a Europa e, concretamente, sobre a necessidade de a zona euro ser de convergência e não de divergência de economias, como tem sido”, declarou o primeiro-ministro.

António Costa sustentou depois que a Europa tem de mudar rapidamente e que essa é a única forma de impedir a ascensão ao poder de movimentos nacionalistas, populistas e de extrema-direita.

“Esperamos que seja possível contar com a França para esse novo impulso para a convergência, algo que é essencial para salvar o euro e, por outro lado, se quisermos também evitar que a extrema-direita continue a crescer. Aqueles resultados de domingo em França, que, apesar de tudo conduziram a uma derrota, têm de retroceder, para que não se volte a passar por aflições”, advertiu o primeiro-ministro.