Sally Yates, a procuradora-geral interina que foi demitida por Trump durante o muslim ban, garante que avisou a Administração sobre o risco de Mike Flynn poder ser chantageado pela Rússia. Mas só 18 dias mais tarde é que o conselheiro de segurança foi afastado.

Foi logo a 26 de janeiro, menos de uma semana depois da tomada de posse de Trump, que a Casa Branca foi avisada de que o tenente-general reformado Mike Flynn não era uma boa escolha para o Conselho de Segurança Nacional porque tinha ligações aos russos que o poderiam tornar suscetível de ser chantageado pelo Kremlin. Mas Trump decidiu mantê-lo no cargo durante mais 18 dias.

A informação, transmitida por Sally Yates numa audição no Senado, na segunda-feira, surgiu depois da notícia de que Donald Trump já tinha sido desaconselhado a contratar Mike Flynn por Barack Obama, logo em novembro, após as eleições. Flynn só haveria de sair do importante organismo quando ficou claro que o tenente-general aposentado tinha escondido contactos e rendimentos associados à Rússia.

Yates garante que, assim que ouviu as declarações públicas da Casa Branca sobre os encontros de Flynn com o embaixador Sergey Kislyak — declarações que Sally Yates sabia serem falsas –, telefonou de imediato para a Casa Branca para pedir uma reunião urgente.

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A Administração Trump, incluindo o vice-presidente Mike Pence, tinha dito que o encontro entre Flynn e Kislyiak foi apenas de cortesia, falando-se da possibilidade de haver um encontro futuro entre Trump e Putin. Contudo, foi noticiado mais tarde que as conversas foram muito mais aprofundadas e tocaram no tema das sanções impostas pela Administração Obama à Rússia.

Donald Trump diz que a declaração de Yates não traz nada além de “notícias velhas”, insurgindo-se uma vez mais contra o que chama de “meios de comunicação falsos”, os fake media.

O Presidente dos EUA diz que isto é uma “charada”, “financiada pelos contribuintes”, e pergunta quando é que este tema será, finalmente, abandonado.

Sally Yates, que estava no cargo de forma interina, até que um sucessor fosse nomeado, foi demitida por Donald Trump quando a responsável deu ordens ao Departamento de Justiça para não cumprir a “ordem executiva” lançada por Trump para fechar as fronteiras a quem vinha de um conjunto de países de maioria muçulmana. Foi susbtituída por Jeff Sessions.

Donald Trump demite procuradora-geral depois de esta incitar à desobediência