A defesa de José Sócrates enviou esta terça-feira ao final da noite um comunicado a solicitar ao procurador responsável pela Operação Marquês que tome as “medidas necessárias e adequadas a colocar termo às graves ilegalidades e nulidades deste processo decorrentes das sucessivas violações do segredo de justiça externo“. Os advogados do antigo primeiro-ministro acusam ainda o Ministério Público de manter o “processo na secretaria” apenas para “não assumir o arquivamento”.

O comunicado, assinado pelos advogados Pedro Delille e João Araújo, visa uma notícia do Correio da Manhã sobre um depoimento prestado no processo pelo banqueiro José Maria Ricciardi. De acordo com o diário, Ricciardi teria sido inquirido em fevereiro, tendo prestado depoimento durante vários dias no DCIAP. O banqueiro terá falado sobre negócios da Portugal Telecom como a venda da Vivo à espanhola Telefónica e compra da Oi pela PT, nos quais o BESI (que presidia) esteve envolvido.

Ricciardi terá respondido ainda a questões sobre a ES Enterprises – o “saco azul” do Grupo Espírito Santo (GES) – de onde os investigadores acreditam que terá saído dinheiro para José Sócrates, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. Os advogados de José Sócrates consideram esta uma “notícia falsa sobre o conteúdo de peças processuais ainda não acessíveis à defesa”, acrescentando que a mesma foi “publicada apenas para ficcionar fundamentos para as teses e especulações absurdas e sem qualquer justificação séria da investigação, e para manter viva a campanha de calúnias contra [José Sócrates]”.

A defesa denuncia ainda que esta campanha de calúnias “tem sido escandalosamente permitida, senão mesmo promovida, pelos responsáveis por este processo”. No mesmo comunicado, os advogados voltam a pressionar para o arquivamento e para um desfecho do inquérito. A defesa adverte que o “Ministério Público (..) não arquiva, como deveria, o inquérito, para não assumir o arquivamento” e que “mantém por isso o processo na secretaria, deixando para os seus colaboradores o insulto das pessoas que persegue.”

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