A taxa de desemprego caiu de 10,5% para 10,1% nos primeiros três meses do ano, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego caiu 2,3 pontos percentuais. Esta é a taxa mais baixa dos últimos oito anos.

Pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2011, ao número de pessoas empregadas aumentou no primeiro trimestre do ano, o que ajuda a explicar a diminuição da taxa de desemprego nos três primeiros meses do ano. De acordo com o INE, em comparação nos três primeiros meses do ano houve mais 14,5 mil pessoas a trabalhar do que no final do ano passado.

O emprego aumentou sobretudo em pessoas com contrato sem termo, empregadas no setor dos serviços, com idades entre os 45 e os 64 anos e pessoas com qualificações mais elevadas, tendo aumentado também mais entre os homens, apesar de também ter subido entre as mulheres.

As categorias não traçam um perfil exato. Cada uma destas teve as subidas mais elevadas dentro do seu grupo: tipo de contrato; grupos etários; sexo; qualificações. Mas permitem retirar algumas indicações sobre o tipo de emprego que foi criado nesta primeira parte do ano.

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Um quarto da descida da taxa de desemprego é resultado não do crescimento do emprego, mas da diminuição da população ativa, que voltou a cair no primeiro trimestre do ano. De acordo com o INE, havia menos 4,8 mil pessoas consideradas para a população ativa (o número que serve de base para calcular a taxa de desemprego). Dentro deste grupo de quase cinco mil pessoas, os homens são responsáveis pela maior fatia. A taxa de atividade entre as mulheres manteve-se inalterada.

A comparação face aos três primeiros meses do ano mostra uma realidade bastante diferente. No primeiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego era de 12,4% e agora desceu para os 10,1%. Desde essa altura, há mais 144,8 mil pessoas empregadas, sendo que a população ativa cresceu apenas 28,6 mil. Ou seja, pode haver uma entrada menor de pessoas no mercado de trabalho (em termos de números globais), mas houve muitos que terão recuperado os seus empregos com a evolução da atividade económica mais favorável.

Esta é a taxa de desemprego trimestral mais baixa desde o último trimestre de 2009, altura em que a taxa de desemprego estava exatamente nos 10,1%, mas nessa altura em sentido contrário: crescia consecutivamente há ano e meio (estaria 10 trimestres consecutivos sem uma única redução).

É importante notar que o divulga também estimativas mensais para o desemprego, mas esses números são calculados para a população entre os 15 e os 74 anos e sujeitas a revisões. No caso das estimativas trimestrais, estas são calculadas para a população com 15 e mais anos.