Um espetáculo do Chapitô alusivo à escultura do Arcanjo São Miguel, derrubada por um visitante do Museu de Arte Antiga, em Lisboa, assinala o regresso da peça à exposição permanente, a 20 de maio, anunciou easta quarta-feira instituição.

Sujeita a restauro ao longo dos últimos meses, a escultura em madeira era proveniente do antigo Recolhimento de São Patrício de Lisboa, estabelecimento que alberga o Chapitô, o que fez com que a Escola de Circo se mobilizasse para fazer a montagem de “Miguel e Los Angeles”.

O espetáculo é inspirado na “iconografia dos anjos”, conta com música de Rodrigo Leão e voz de Teresa Salgueiro, e vai ser apresentado no largo José Figueiredo e no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), na Noite dos Museus, a 20 de maio.

Em novembro do ano passado, um turista que visitava a exposição do MNAA, ao recuar para tirar uma fotografia, derrubou, acidentalmente, a escultura do Arcanjo São Miguel, que sofreu fraturas e perdas da camada policromada.

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A obra foi depois avaliada pelo Laboratório José de Figueiredo, tendo sido sujeita a um “restauro meticuloso”, por uma equipa multidisciplinar do laboratório e do MNAA, como afirma o diretor do museu, António Filipe Pimentel, na sua página no Facebook.

O local de origem da escultura fez com que museu e Chapitô trabalhassem “lado a lado”, ao longo dos últimos meses, para um “regresso triunfal” desta peça, “com toda a grande Escola da Arte Circense”, assegura António Filipe Pimentel.

No próximo dia 20, o MNAA abre também ao público a exposição temporária “Madonna – Museus do Vaticano”, com cerca de 70 obras de pintura de proveniência italiana, representativas da Virgem Maria, disse à Lusa António Filipe Pimentel, no passado mês de abril.

Segundo o diretor do MNAA, trata-se de uma mostra que o museu preparou durante cerca de dois anos, que integra também alguns exemplares de desenho e têxteis, sendo composta por mais de 40 obras provenientes do Museu do Vaticano e de outras vindas das galerias de arte antiga do Palácio Corsini e do Museu Borghese de Roma.

O percurso pela exposição, que vai ficar patente até 10 de setembro, culminará numa última sala onde vão estar mais 15 obras, igualmente de inspiração mariana, mas de proveniência nacional.

Estas obras portuguesas estão em acervos nacionais desconhecidos do público e, além de pintura, integram também desenho e alguma escultura”, precisou o diretor.

Vai ser uma oportunidade excecional e única para o país poder ver obras que estão habitualmente expostas no Museu do Vaticano e que, desta forma, vão poder ser vistas em Portugal”, concluiu António Filipe Pimentel.

A mais recente exposição temporária do MNAA, “Cidade Global – Lisboa no Renascimento”, somou 41.314 visitantes, de 23 de fevereiro a 09 de abril.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a maior coleção pública de arte antiga de Portugal, de pintura, escultura, artes decorativas, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, e os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.

Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo são alguns dos mestres europeus representados na coleção do MNAA.