As interdições no trânsito na Cova da Iria, Fátima, na sexta-feira e no sábado, devido à visita do papa, obrigam os responsáveis das padarias a encontrarem estratégias que garantam que não faltará pão para vender.

“Vou tentar não falhar, quer nas entregas aos clientes, quer no pão disponível para venda. Mas como não vão deixar passar carros a partir de determinadas horas, não sei como vai ser”, disse à agência Lusa António Carvalhana, que tem há 17 anos uma padaria na Cova da Iria.

O trânsito estará interditado das 9h de sexta-feira às 18h de sábado, entre as avenidas Beato Nuno e Papa João XXIII, só sendo autorizada a circulação de veículos de emergência e credenciados. No sábado, serão autorizados abastecimentos credenciados pelo município de Ourém entre as 4h e as 7h.

António Carvalhana disse à Lusa que, no sábado, teme “não ter capacidade de fazer todas as entregas nessas três horas” e também não ter pão em quantidade suficiente na padaria para vender nos dois dias.

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“Eu tenho uma fábrica (em São Mamede) e depois preciso trazer a massa para o terminal de cozedura que tenho na padaria (na Cova da Iria). No dia 12, sexta-feira, só posso fazer isso até às 9h. E depois durante o dia se é preciso mais pão?”, questionou.

Na padaria, António Carvalhana tem uma câmara frigorífica onde consegue guardar massa suficiente para cinco mil pães, o que será muito pouco.

“No dia 13, vamos começar a trabalhar mais cedo, possivelmente fazer direta. Mas há coisas que deviam ser cozidas mais recentemente e vão ter de ser cozidas umas horas antes. E depois, se eu precisar de pedir mais massa, já é impossível”, lamentou, estimando que conseguirá deixar entre dois a três mil pães cozidos.

Neste âmbito, António Carvalhana está a equacionar alugar uma carrinha frigorífica e “deixá-la todo o dia ligada”. “Nessa carrinha, é capaz de caber massa para outros cinco mil pães, assim talvez eu me consiga desenrascar. Graças a Deus tenho sítio para a ter dentro do meu espaço”, afirmou.

Na Padaria Heleno de Fátima a estratégia para contornar as dificuldades criadas pela interdição do trânsito passam por reforçar os meios de entrega e também a quantidade de pão já cozido.

Luís Vieira explicou que as câmaras frigoríficas da padaria de Fátima têm capacidade para massa suficiente para 4.000 a 5.000 pães, mas “isso vai ser só para gerir as faltas que existam”.

“Vamos tentar compensar com pão já cozido. Podem ser dois, três, quatro, cinco mil pães ou até irmos muito mais além, logo se vê”, afirmou.

O responsável contou que os clientes já foram avisados de que as entregas só poderão ser feitas até às 09:00 na sexta-feira e até às 07:00 no sábado.

“Vamos reforçar os meios de entrega. Portanto, penso que não haverá problemas de maior”, frisou, lembrando que em 2010, aquando a visita do papa Bento XVI, “os condicionamentos de trânsito não foram tão apertados”.