O papa chega na sexta-feira a Fátima para elevar a santos os pastorinhos Francisco e Jacinta, depois de o primeiro convite para assistir ao centenário das “aparições” ter partido de José Policarpo, o cardeal patriarca que participou na sua eleição.

“Logo após o cumprimento final, disse-lhe que gostaríamos muito de o receber em Portugal”, referiu José Policarpo (1936-2014) numa conferência de imprensa, a 14 de março de 2013, ainda em Roma, um dia depois da eleição de Francisco, a 13 de março.

No dia em que foi conhecido o novo papa, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, que o vai receber nesta peregrinação, afirmou que “naturalmente” queria que Francisco estivesse presente no centenário.

E, seis dias depois, na missa inaugural do novo papa, na basílica de São Pedro, Roma, foi o então Presidente da República, Cavaco Silva, a formalizar o convite para Francisco estar em Fátima 100 anos após os acontecimentos na Cova da Iria.

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“Todos sabemos que em 2017 teremos o centenário das aparições de Fátima e recordo que pelo menos os dois últimos papas, e em particular João Paulo II, manifestaram uma grande ligação a Nossa Senhora de Fátima. Numa data tão especial, desde já digo que me parece provável que o papa Francisco não queira deixar de estar presente”, afirmou Cavaco Silva.

O convite mais formal da parte da Igreja portuguesa seguiu mais tarde, feito pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em abril de 2015, por António Marto, como vice-presidente da conferência. À Lusa, citou as palavras de Francisco nesse dia 25 de abril de 2015: “Se Deus [me] der vida e saúde, irei [a Fátima]”.

À revista Sábado, em abril, António Marto contou ter perguntado por duas vezes ao papa se podia dizer isso aos jornalistas para se certificar. E Francisco disse que sim.

Semanas antes, em fevereiro de 2015, fora Paulo Portas, então vice-primeiro-ministro, a renovar o convite para o bispo de Roma estar presente nas cerimónias do centenário.

Já em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Roma na sua primeira visita como Presidente da República e levou formalmente o convite.

Os sinais de que o antigo arcebispo de Buenos Aires aceitaria foram muitos. A começar pelas palavras de Rebelo de Sousa quando afirmou ter ficado muito feliz, apesar de não ter sido direto na resposta.

“Eu não estou neste momento autorizado a poder dizer publicamente qual a posição do Santo Padre. Nós sabemos que recebe muitos convites. Não estou autorizado a dizer publicamente, o máximo que eu posso dizer é que saí muito feliz da audiência”, revelou Marcelo de Sousa numa conferência de imprensa na residência da embaixada portuguesa junto da Santa Sé.