Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, veio encerrar esta quinta-feira as notícias que davam conta de um eventual divórcio entre o clube e Jorge Jesus. “Jorge Jesus é o meu treinador escolhido e enquanto existir a sintonia e amizade que tem sido a nota dominante destes 2 anos é o treinador que considero ideal para dar continuidade a este projecto. A minha convicção mantem-se intacta, como não altero nem alterarei os objectivos a que me propus”, destaca num longo post publicado de manhã na sua conta oficial do Facebook.

“Por último, não sabia que tinha que esclarecer que sou um homem de princípios, valores, amizades e convicções e, por isso, espero que tenha ficado claro de vez o projecto do Sporting CP e a forma como apostamos em ser campeões. E que em termos de futebol o treinador que pretendo é um só, o qual com quem tenho contrato e o qual com quem me identifico com a sua qualidade, força de trabalho, ambição e exigência: Jorge Jesus!“, conclui entre alguns recados internos que volta a deixar.

Leia a mensagem na íntegra:

Depois de uns dias importantes para, trabalhando, resolver, sobretudo, assuntos pessoais, fui verificar o histerismo coletivo que se instalou um pouco por todo o lado.

E vamos então fazer um exercício de apenas alguns minutos, pois gosto pouco de histerias.

1. O facto de ter a honra e o privilégio de servir o clube que amo não significa que as pessoas se arroguem no direito de acharem que se podem meter na minha vida pessoal, opinando sobre o que eu devia ou não fazer. Infelizmente são livres de tentar fazê-lo, mas tenham a noção de que essa linha nunca deixarei cruzar, pelo que o mero exercício da tentativa é inútil. Amo o Sporting, mas paternalismos e lições de sportinguismo são coisas que não merecem o meu respeito. Sinceramente, o que as pessoas pensam sobre a data em que vou casar ou não, se dou entrevistas aqui ou ali, é-me indiferente e acreditem que o meu amor pelo clube é incondicional, mas não estou, a nível pessoal, refém do mesmo a não ser pelo nível de empenho e exigência que imponho a mim próprio.

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2. No dia em que for ligar a cartas abertas de adeptos, bloggers, opinadores e afins sobre o facto de estar desagradado com ter perdido uma final com uma goleada é o dia em que perdi a noção da grandeza do clube onde estou e tenho de me ir embora. Ser tão grande quanto os maiores da Europa é a visão que me guia, e quem tiver outra opinião tem as eleições para concorrer com uma visão mais redutora, se assim o entender. E que fique aqui a minha “carta aberta” a todos: enquanto aqui estiver, a exigência é máxima e estarei sempre nos bons e nos maus momentos, mas não esperem de mim “passagens de mãos pela cabeça”, que não exija os títulos nacionais e europeus ou que deixe de dizer, em privado e em público, o que entender ser importante, em função da estratégia e visão estabelecida e da relação de total transparência e cumplicidade com os adeptos e sócios que são aqueles a quem tenho de prestar contas do trabalho que se vai realizando.

3. Jorge Jesus e a próxima época.
Em primeiro lugar não sabia que tinha de vir a público esclarecer que o treinador tem mais dois anos de contrato e que por isso existe um vínculo profissional em vigor.

Em segundo lugar não sabia que tinha de vir a público esclarecer que o meu projeto não são pessoas, são missões, visões e objetivos, a ver. Missão: esforço, dedicação, devoção e glória; visão: querer o Sporting um clube tão grande quanto os maiores da Europa; objetivo: sustentabilidade financeira, crescimento de receitas e sócios, maior interação com os sócios, verdade desportiva, apostar na formação, apostar no desenvolvimento de atletas jovens e ser campeão.

Em terceiro lugar não sabia que tinha de vir esclarecer que o Sporting tem de fazer sempre mais com menos, apostar no desenvolvimento de jogadores, apostar na formação, não investir mais do que pode e apostar num grande treinador que permita que isto seja possível. E assim fiz, Jorge Jesus foi e é a minha escolha para desta forma ser campeão.

Em quarto lugar não sabia que tinha que desmentir algo que nunca disse: tenho que desmentir que Jorge Jesus quer ir embora? Tenho que desmentir que Jorge Mendes está a preparar o futuro do Jorge Jesus? Tenho que desmentir…. enfim… Jorge Jesus é o meu treinador escolhido e enquanto existir a sintonia e amizade que tem sido a nota dominante destes dois anos é o treinador que considero ideal para dar continuidade a este projeto. A minha convicção mantém-se intacta, como não altero nem alterarei os objetivos a que me propus.

Em quinto lugar não sabia que me era “restrito” o direito de falar em público. Não o é pela FPF nem por sportinguistas, sejam eles quais forem, mesmo que cheios de boas intenções. Sou frontal, genuíno, transparente e leal com os que me servem e para com os que, com tanta honra, sirvo. Em termos de futebol, esta época não cumpriu nenhum objetivo. Assim, tudo vai ter que mudar na próxima época. Os sportinguistas não querem desculpas, querem ser campeões; os sportinguistas querem ser respeitados e, em caso de derrotas que nunca poderiam suceder, querem quem reconheça e lhes peça desculpa, e para isso cá estarei sempre eu, o líder do clube.

Por último, não sabia que tinha que esclarecer que sou um homem de princípios, valores, amizades e convicções e, por isso, espero que tenha ficado claro de vez o projeto do Sporting e a forma como apostamos em ser campeões. E que em termos de futebol o treinador que pretendo é um só, o qual com quem tenho contrato e o qual com quem me identifico com a sua qualidade, força de trabalho, ambição e exigência: Jorge Jesus!

Sporting. O arrufo entre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus vai dar divórcio? Calma, (ainda) não é para tanto