Dezenas de peregrinos faziam fila esta quinta-feira para visitar os túmulos dos pastorinhos, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, a cerca de 24 horas da chegada do papa Francisco ao santuário.

“Eu gosto de Fátima, gosto das crianças, elas eram tão novas e foram tão corajosas”, afirmou à agência Lusa a irlandesa Katherina Pettit, de 80 anos, quando se encontrava na fila para, mais uma vez, rezar junto dos túmulos de Lúcia e dos beatos Francisco e Jacinta Marto, que o papa Francisco vai canonizar no sábado.

Katherina Pettit, que peregrina a Fátima desde 1973, integra um grupo de 270 peregrinos da Irlanda que está uma semana na cidade-santuário para a peregrinação internacional aniversária de maio, 100 anos após os acontecimentos na Cova da Iria.

“Venho sempre ver os túmulos”, contou, mostrando admiração por Francisco e Jacinta “serem tão novos e estarem prontos para morrer”, assim como da sua oração constante, oração de que o “mundo tanto precisa, porque perdeu a fé”.

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Lucette Branco, francesa de 60 anos, a residir no Sabugal, distrito da Guarda, confessou “sentir-se em paz” e “espiritualmente livre de tudo” no templo.

“Venho ver a basílica mas, sobretudo, os túmulos dos videntes. Sou cristã e gosto dos pastorinhos”, declarou, para acrescentar que “eles acreditaram na Virgem e guardaram segredo”.

Já Maria da Glória, de 56 anos, chegou de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, e repetiu a presença naquela que é a primeira basílica de Fátima.

“Venho sempre ver os túmulos. É uma paz, não há palavras para definir”, declarou, emocionada.

Da Nazaré, distrito de Leiria, um grupo de quatro mulheres justificava a presença em Fátima: “A missão principal é ver o Santo Padre e a canonização dos beatos. Também são crianças da nossa terra”, resumiu Maria Antónia Nené, de 62 anos.

A peregrina destacou o facto de Francisco e Jacinta “serem santos tão novos, eles que eram tão simples e humildes”.

“São exemplos para as crianças e jovens”, considerou ainda Maria Antónia.

Na basílica também se encontrava o sacerdote mexicano Alfredo Hernandez, de 40 anos, e pela primeira vez em Fátima.

“Tenho admiração pela pureza do coração dos pastorinhos”, confessou o sacerdote, igualmente a aguardar vez para ver os túmulos e assumindo “devoção à Virgem Maria”.

Para o México, Alfredo Hernandez pede “paz e devoção ao Santo Rosário”.

A Basílica de Nossa Senhora do Rosário, cuja sagração ocorreu em 1953, mede 70,5 metros de comprimento e 37 de largura, e foi construída com pedra da região de Fátima.

Na capela lateral esquerda repousam, desde 01 de maio de 1951, os restos mortais da beata Jacinta (1910-1920) e os da sua prima Lúcia de Jesus (1907-2005), desde 19 de fevereiro de 2006.

Na capela lateral direita estão os restos mortais de Francisco (1908-1919), irmão de Jacinta, que foram trasladados a 13 de março de 1952.

Francisco estará em Fátima na sexta-feira e no sábado, tornando-se o quarto papa a visitar o maior templo mariano do país. Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000 – neste ano para beatificar os pastorinhos Francisco e Jacinta) e Bento XVI (2010) foram os outros papas que estiveram em Fátima.

O líder da Igreja Católica preside à cerimónia de canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, no sábado.