O Papa Francisco visita Portugal no âmbito do centenário das aparições de Fátima, em 22 horas e 40 minutos – e é preciso garantir que chega e parte em segurança. Desde as companhias aéreas em que vai viajar às mais de cem pessoas que o acompanham, a chegada e a partida envolvem muitos pormenores.

Uma viagem, duas companhias aéreas

Para Portugal, o Papa Francisco segue no voo AZ4000 num Airbus A321 da companhia aérea italiana Alitalia, batizado como “Piazza della Signoria di Gubbio”. A partida está marcada para as 14h locais (13h em Lisboa) do aeroporto de Fiumicino, em Roma. A viagem está à responsabilidade de uma equipa de três pilotos e seis comissários de bordo.

O Papa chegará às 16h20 à Base Aérea n.º5 (BA5), em Monte Real, Leiria, onde será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Em caso de dificuldades para a aterragem em segurança, um dos cenários alternativos passa por aterrar no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

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O Papa regressará ao Vaticano no sábado, num avião da companhia aérea portuguesa TAP às 15h00, da BA5. Nuno Duque será o comandante responsável por transportar o Papa de regresso a Roma, a bordo do avião nomeado “Grão Vasco”, pintor português do século XVI, contou a TAP ao Observador. O Papa Francisco deverá chegar às 19h05 locais (18h05 em Lisboa) ao aeroporto de Ciampino, em Roma.

Esta será uma viagem marcante e de enorme prestígio para a TAP, a companhia aérea portuguesa que teve já a distinção de transportar outros três Papas por ocasião das Suas visitas ao nosso País”, pode ler-se num comunicado emitido pela TAP aquando da confirmação que seria a companhia a transportar o Papa.

O Papa Francisco é o quarto a ser transportado pela TAP, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. A companhia aérea portuguesa já transportou Paulo VI em 1967, João Paulo II em duas viagens, em 1982 e 1991, e o Papa Bento XVI em 2010.

Papa Francisco a embarcar num avião da Alitalia para uma visita de dois dias à Suécia, em Outubro do ano passado. (Foto de Tiziana Fabi (Getty Images).

Já é habitual o Papa viajar na Alitalia para o país de destino e regressar numa companhia local, exceto quando se tratam de países muito pobres ou distantes, em que o Papa viaja na companhia italiana.

Acompanhar o Papa não são só 1,7 mil euros

Nos voos de ida e de regresso o Papa será acompanhado por mais de uma centena de pessoas. Para além das habituais 80 pessoas da comitiva papal que acompanham o Papa em todas as viagens, incluindo cardeais e outros eclesiásticos e funcionários da Santa Sé, seguem nos voos quase 70 jornalistas.

Do total, sete jornalistas são portugueses: Rosa Ramos (Jornal de Notícias), Céu Neves (Diário de Notícias), Joana Haderer (Lusa), Octávio Carmo (agência Ecclesia), Aura Miguel (Rádio Renascença), e Fátima Campos Ferreira e Tiago Passos (RTP). Dois deles, Octávio Carmo e Aura Miguel, têm acreditação permanente no Vaticano.

Eu não vou sair do grupo de vaticanistas. Estaremos sempre na chamada ‘bolha’, onde estão os jornalistas mais próximos do Papa. É o próprio Vaticano que trata da nossa viagem e da alimentação”, contou Fátima Campos Ferreira ao Jornal de Notícias.

O valor de ambos os voos para os jornalistas é de 1738,15€. Para a vinda, os jornalistas vão ter de se deslocar até Roma para apanhar o avião e, para a ida, terão de regressar a Portugal. Estes voos são pagos pelos próprios.

Força Aérea Portuguesa atenta

A Força Aérea Portuguesa também vai desempenhar o seu papel na deslocação aérea do Papa. Dois caças F-16 vão fazer a escolta a partir do momento em que os aviões que transportarão o Papa entrem nos limites do espaço aéreo de soberania nacional. A escolta seguirá um “procedimento standard” que irá seguir um protocolo no qual não haverá “alteração nenhuma” mesmo se tratando do Papa, assegura o Tenente-coronel Manuel Costa em declarações ao Observador.