Uma consultora política brasileira envolvida no caso Lava Jato acusou o atual Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de lhe pagar 11 milhões de dólares em dinheiro para cobrir os custos da campanha de reeleição do seu mentor Hugo Chávez em 2012, dinheiro esse que terá saído de empresas brasileiras como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.

O relato foi feito por Monica Moura, que geria a campanha de Hugo Chávez juntamente com o seu marido, no acordo que fez com a justiça brasileira no caso Lava Jato, em troca de uma sentença menor. A brasileira ter-se-á encontrado com Nicolás Maduro no escritório do próprio, altura em Maduro lhe deu o dinheiro e ofereceu os seus seguranças para a proteger e ao dinheiro na viagem entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a empresa da brasileira.

A consultora terá garantido à justiça que pode provar as suas acusações porque tem na sua posse registos dos movimentos de contas na Suíça que alegadamente era usadas pelas empresas brasileiras para transferir o dinheiro que Maduro lhe entregou em mãos.

Monica Moura disse que a Odebrecht pagou sete milhões a uma das empresas que detém com o marido, a Polis Caribe, para a campanha de Chavez, e a Andrade Gutierrez outros dois milhões.

A consultora e o marido, João Santana – um dos mais cobiçados consultores políticos no Brasil -, foram condenados a oito anos e quatro meses de prisão em fevereiro, num caso separado de lavagem de dinheiro que envolve a petrolífera brasileira Petrobras.

A consultora admitiu ainda que recebeu 3,5 milhões de dólares em dinheiro entregue em caixas de sapatos para pagar a campanha de reeleição de Lula da Silva, em 2006, metade desse dinheiro pago pela Odebrecht.

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