O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) admitiu uma adesão à greve dos trabalhadores de segurança privada no aeroporto de Lisboa de apenas 10%, nas primeiras 12 horas, sem afetar o seu funcionamento.

“O aeroporto está calmo. Temos muitos trabalhadores que não aderiram à greve por terem medo. A [empresa de segurança] Prosegur tem intimidado os trabalhadores para não aderirem à greve, com processos disciplinares, uma ilegalidade que o SITAVA já está a tratar”, explicou o dirigente sindical Jorge Esteves, um dos seguranças do aeroporto Humberto Delgado.

O sindicalista disse acreditar que foi a “intimidação” da empresa de segurança que fez com que a adesão não fosse maior: “O primeiro balanço é por isso fraco e calmo, e acredito que esta manhã estejam 10% a 15% dos trabalhadores em greve”, adiantou, num balanço cerca das 11h00 desta sexta-feira.

A paralisação dos trabalhadores das empresas de segurança privada – Prosegur e Securitas -, convocada pelo Sitava, prolonga-se até quarta-feira, 17 de maio, abrange todos os aeroportos nacionais, e pretende conseguir melhores condições de trabalho, nomeadamente horários de trabalho e a salários.

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Este sindicalista lembrou que a falta de condições de trabalho, nomeadamente a precariedade (contratos a termo), leva a uma grande rotatividade de seguranças no aeroporto, o que tem, na sua opinião, “graves” consequências em termos de segurança nos aeroportos.

“É deplorável essa rotatividade, os trabalhadores podem passar lá para fora os segredos e restrições [de segurança] aqui [no aeroporto] dentro. Muitas pessoas que entram e saem e podem passar informações para fora”, argumentou.

O sindicalista mostrou, contudo, confiante de que nos próximos dias haverá uma maior adesão à greve.

Esta greve coincidiu com a visita do papa Francisco a Portugal, que termina este sábado, por ocasião do centenário das “aparições” de Fátima e da canonização de Francisco e Jacinta Marto, duas das crianças que estão na origem do fenómeno de Fátima.

A paralisação dos trabalhadores de segurança dos aeroportos coincide também com a reposição do controlo de fronteiras em Portugal, incluindo as dos aeroportos, uma das medidas das forças de segurança portuguesas no âmbito da visita papal que estará em vigor até à meia-noite de domingo, o que será mais um procedimento pelo qual todos os passageiros terão de passar.