Os independentistas da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) anunciaram esta terça feira que fizeram reféns quatro elementos da Polícia Nacional de Angola pedindo a mediação do Comité Internacional da Cruz Vermelha para a sua libertação.

A informação foi divulgada através de um “Comunicado de Guerra” assinado pelo ‘tenente-general’ Alfonso Nzau, chefe da brigada de Maoimbe Sul das Forças Armadas Cabindesas. De acordo com a mesma informação, uma patrulha mista de soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) e elementos da Polícia Nacional de Angola terá sofrido na madrugada de segunda-feira, 15 de maio, uma “emboscada” das FAC na povoação de Nhuca, região de Buco Zau.

Dois soldados das FAA foram mortos e quatro polícias do governo angolano foram capturados pelas FAC. Os quatro angolanos são nossos prisioneiros de guerra e como tal serão tratados”, lê-se no comunicado.

A FLEC-FAC acrescenta que pretende libertar estes prisioneiros, como “medida humanitária”, lançando um “apelo” ao Comité Internacional da Cruz Vermelha “para mediar a libertação dos angolanos feitos prisioneiros”. Aquela organização recorda que a 1 de fevereiro de 1885 foi assinado o Tratado de Simulambuco, que tornou aquele enclave num “protetorado português”, o que está na base da luta pela independência do território.

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O enclave de Cabinda, no onshore e offshore, garante uma parte substancial da produção total de petróleo por Angola, atualmente superior a 1,6 milhões de barris por dia. Desde 2016, quando retomou a luta armada, a FLEC-FAC já reivindicou dezenas de ataques mortais a militares das FAA.

O ministro do Interior de Angola afirmou em outubro que a situação em Cabinda é estável, negando as informações das FAC, que só entre agosto e setembro tinham reivindicado a morte de mais de 50 militares angolanos em ataques naquele enclave.

Em Cabinda, o clima de segurança é estável, é uma província normal, apesar de algumas especulações e notícias infundadas sobre pseudo-ações militares que se têm realizado”, disse o ministro Ângelo da Veiga Tavares.

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas também desmentiu em agosto, em Luanda, a ocorrência dos sucessivos ataques reivindicados pela FLEC-FAC, com dezenas de mortos entre os soldados angolanos na província de Cabinda. Geraldo Sachipengo Nunda disse então que a situação em Cabinda é de completa tranquilidade, negando qualquer ação da FLEC-FAC, afirmando que aqueles guerrilheiros “estão a sonhar”.