O presidente da Câmara Municipal do Porto não mostrou interesse numa potencial corrida à organização do festival da Eurovisão, que o país vai receber em 2018. O motivo são os custos avultados que o evento pode acarretar.

O assunto foi trazido à reunião de Câmara desta terça-feira pelo vereador do PSD, Ricardo Almeida, que considera que a RTP deveria fazer um “concurso transparente”, em vez de entregar o evento diretamente à capital, como foi feito em outros países organizadores.

“Esse valor é absolutamente…”, comentou Rui Moreira, referindo-se ao valor médio de 30 milhões de euros que pode custar a organização do festival. Isto porque, defende, os custos devem ser suportados pela cidade que vai receber a Eurovisão. “Se não vai haver concurso, deve ser essa cidade a pagá-lo”, disse. “E não me venham dizer que não temos sítio [para ser palco do festival]. Nós com esse valor construímos um”, brincou.

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Ricardo Almeida contrapôs que o custo é especulativo, uma vez que há orçamentos que variam entre os 8 e os 50 milhões. Rui Moreira admite que ainda não percebeu “bem o custo”, pelo que ainda não se queria pronunciar. Mas afirmou que, se é a cidade organizadora a ter de pagar, não está interessado. “Dispenso”, disse, voltando a defender que a cidade escolhida não pode ter apenas os benefícios que advirão do festival. “Também deve ter os custos.”

Mais do que a Eurovisão, um “epifenómeno”, Rui Moreira está interessado em trazer para o Porto a Agência Europeia do Medicamento, que, devido ao Brexit, terá de sair do Reino Unido. O Governo português já se mostrou interessado em acolher o organismo europeu e Rui Moreira adiantou ter enviado uma carta ao Primeiro-Ministro dando conta do interesse do Porto, por ter “competências” industriais e académicas. “Queremos ser ouvidos”, afirmou, admitindo que outras cidades também possam ter interesse, para além de Lisboa.

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