A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) advogou esta quarta-feira que um maior número de escalões de IRS — que permite maior progressividade fiscal –, é o método necessário para aliviar todos os que têm salários modestos mas com “grande carga fiscal”.

“Essa é a única forma de aliviarmos pessoas que tendo salários modestos em Portugal já têm uma grande carga fiscal”, disse Catarina Martins, falando sobre um aumento de escalões de IRS.

Na terça-feira, à SIC Notícias, a bloquista havia defendido a necessidade de “uma despesa fiscal em criação de escalões próxima dos 600 milhões de euros, no mínimo”, para o Orçamento do Estado de 2018.

O Governo, no Programa de Estabilidade enviado a Bruxelas, contempla uma verba de 200 milhões de euros para o IRS, mas Catarina Martins, que falava em Lisboa esta quarta-feira, numa ação no bairro da Mouraria, lembrou que os acordos parlamentares à esquerda de viabilização do executivo contemplam o “aumentar da progressividade fiscal com mais escalões de IRS”.

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Ora, o dinheiro para tal, prosseguiu, existe, mas “a política é uma questão de escolhas” e cabe ao Governo atuar neste campo.

“Não há um problema desse tipo no país. Estamos a falar de tão pouco. Estamos a falar do país que vai pagar mais de mil milhões de euros em Parcerias Público-Privadas na Saúde. Não consegue aliviar o salário, a pensão, de quem trabalha e paga tantos impostos? Claro que consegue”, vincou.

Uma eventual alteração nos escalões de IRS pode acontecer, frisou, em dois anos e dois Orçamentos, sendo um “bom objetivo” o passar de cinco para novamente oito escalões de IRS nesse prazo temporal, admitiu.