Cabo Verde quer tornar a dívida pública sustentável em cinco anos, apostando no aumento do crescimento económico e numa maior celeridade e seletividade nos investimentos públicos. A meta foi traçada esta quarta-feira, na cidade da Praia, pelo ministro das Finanças, Olavo Correia, à margem de uma reunião com os chefes de repartição das finanças do país.

Na terça-feira, a Campanha para o Jubileu da Dívida (CJD), uma organização não governamental dedicada a “libertar os povos da dívida”, revelou que Cabo Verde está entre os países em risco de sofrer uma crise de dívida pública ou privada.

“Há demasiados países em esforço por causa de níveis insustentáveis do serviço da dívida, e isso tem um custo para os serviços públicos e para o cumprimento das mais básicas necessidades humanas”, disse o economista da CJD Tim Jones, citado no relatório, que indica que o número de países com crises de dívida subiu de 22 para 27 em 2016.

Questionado esta quarta-feira, o ministro das Finanças admitiu que Cabo Verde tem uma dívida pública “enorme, excessiva” e que o Governo está a trabalhar para reduzir o rácio da dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo as estatísticas oficiais, a dívida pública cabo-verdiana situa-se nos 126% do PIB.

Isso não se consegue num único dia. É uma trajetória para os próximos cinco anos e estamos convencidos que isso é necessário e estamos engajados em prosseguir essa trajetória”, afirmou o ministro.

Para tornar a dívida sustentável, Olavo Carreia disse que é preciso aumentar a dinâmica de crescimento e maior celeridade e seletividade nos investimentos públicos. “O que é essencial para que tenhamos um quadro fiscal e um quadro macroeconómico estável, imprescindível para a continuação da dinâmica de crescimento da economia cabo-verdiana”, traçou o governante.

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