Era ambicioso o plano do Executivo germânico, de ter um milhão de automóveis eléctricos a circular nas estradas do país até ao final da década. Mas as coisas não têm corrido de feição: as vendas deste género de veículo na Alemanha têm sido pouco mais do que residuais, apesar dos incentivos introduzidos no ano passado, e a verdade é que, no final de 2016, eram menos de 80 mil os automóveis eléctricos a circular em solo teutónico.

Perante tais evidências, e segundo noticia a agência Reuters, Angela Merkel já veio a terreiro admitir que o mais provável é que esta meta do seu Governo não venha a ser atingida. Embora acrescente que continua a ser possível o eclodir abrupto de uma procura massiva por automóveis eléctricos, como já aconteceu com outras inovações, nomeadamente com a introdução dos smartphones.

Segundos os especialistas, a relutância dos alemães face aos automóveis eléctricos deve-se, basicamente, aos mesmos factores que condicionam os consumidores em quase todos os outros pontos do globo: preços de aquisição ainda relativamente elevados, autonomia limitada, rede diminuta de postos de carregamento (em 2016, existiam cerca de 7.400 na Alemanha), e tempos de recarga demasiado longos quando comparados com os exigidos para o reabastecimento de um automóvel convencional.

A confirmar-se esta previsão, não serão as melhores notícias para os construtores que estão a apostar forte na mobilidade eléctrica. Não só devido ao peso que o mercado germânico tem para as vendas de automóveis na Europa, como ao facto de também se anunciarem como demasiado optimistas as previsões de vendas de eléctricos para os próximos anos na China, o maior mercado automóvel do mundo.

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