Donald Trump acabou de aterrar em Telavive, onde, após uma cerimónia de boas-vindas, se vai encontrar com o Presidente de Israel, Reuven Rivlin. No primeiro de dois dias em Israel, o Presidente dos Estados Unidos terá ainda a oportunidade de se encontrar com o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.

A segurança é apertada e já houve um susto: um carro foi contra uma multidão, à semelhança do que aconteceu na semana passada em Nova Iorque, e feriu cinco pessoas. Segundo a polícia, citada por diferentes meios internacionais, o sucedido tratou-se de um acidente e não de um ataque terrorista. Os feridos foram todos assistidos no hospital e há relatos de que dois possam estar feridos com mais gravidade. O facto de ter acontecido minutos antes da chegada de Trump ao país foi apenas uma coincidência.

No passado domingo Donald Trump discursou perante 50 líderes de países maioritariamente muçulmanos, num longo discurso onde apelou à união das respetivas nações no combate contra o “terrorismo islâmico”.

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Donald Trump chegou a Israel naquele que é o primeiro voo direto entre os dois países, que não mantêm relações dilomáticas nem voam no espaço aéreo um do outro, disse o um porta-voz do Aeroporto de Ben-Gurion. Este voo, segundo analisa a agência de notícias Reuters, reflete a aproximação, ainda que lenta, entre Israel e a Arábia Saudita, até porque ambos partilham preocupações em relação ao Irão, que consideram uma nação financiadora de terrorismo.

Nos dias que antecederam a sua chegada muito se escreveu sobre a intenção do presidente em “chegar onde nenhum outro presidente norte-americano chegou” ao promover um “derradeiro acordo de paz” entre israelitas e palestinianos, um conflito que dura há mais de meio século. Mas um verdadeiro avanço neste sentido é pouco provável uma vez que Israel ainda nem concordou em parar a construção de bairros de habitação em território disputado por ambos os povos, continuando a expansão em solo que a comunidade internacional considera não lhe pertencer. Ao mesmo tempo, o braço armado da causa palestiana, o Hamas, continua sem depor as armas.

O outro problema é a solução de dois estados. Até ser aceite por todas as partes também não será fácil encontrar um caminho, e Israel não aceita essa solução, que era a defendida pelo antigo presidente norte-americano Barack Obama, e que, por causa de ter sido tão claro nesse apoio, acabou por provocar uma espécie de período glacial nas relações entre os dois países.

Mas Donald Trump também não chega a Israel com uma imagem imaculada. Primeiro porque Trump já disse a Benjamin Netanyahu que “gostava de ver as construções dos israelitas parar por um bocadinho” e depois porque chega envolto numa nuvem de controvérsia sobre as possíveis ligações da sua equipa próxima a oficiais russos. O último capítulo da história é particularmente quente. Donald Trump terá partilhado informação sensível, alegadamente fornecida por Israel, com o embaixador russo em Washington e o ministro dos Negócios Estrangeiros do mesmo país.

Donald Trum será o primeiro presidente em funções a visitar o Muro das Lamentações, mas não será acompanhado por nenhum oficial israelita, por medo que isso seja associado a uma tomada clara de posição pró-Israel. A mítica muralha é sagrada e igualmente disputada tanto por Israel como pela Palestina.