Donald Trump acabou de aterrar em Telavive, onde, após uma cerimónia de boas-vindas, se vai encontrar com o Presidente de Israel, Reuven Rivlin. No primeiro de dois dias em Israel, o Presidente dos Estados Unidos terá ainda a oportunidade de se encontrar com o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.
A segurança é apertada e já houve um susto: um carro foi contra uma multidão, à semelhança do que aconteceu na semana passada em Nova Iorque, e feriu cinco pessoas. Segundo a polícia, citada por diferentes meios internacionais, o sucedido tratou-se de um acidente e não de um ataque terrorista. Os feridos foram todos assistidos no hospital e há relatos de que dois possam estar feridos com mais gravidade. O facto de ter acontecido minutos antes da chegada de Trump ao país foi apenas uma coincidência.
#MagenDavidAdom on the scene in #TelAviv, patients have been evacuated to Inchilov #hospital #EMS #Emergency #Medicine #Israel #MDA #Rescue pic.twitter.com/qMX4gTpGio
— Magen David Adom (@Mdais) May 22, 2017
No passado domingo Donald Trump discursou perante 50 líderes de países maioritariamente muçulmanos, num longo discurso onde apelou à união das respetivas nações no combate contra o “terrorismo islâmico”.
Donald Trump chegou a Israel naquele que é o primeiro voo direto entre os dois países, que não mantêm relações dilomáticas nem voam no espaço aéreo um do outro, disse o um porta-voz do Aeroporto de Ben-Gurion. Este voo, segundo analisa a agência de notícias Reuters, reflete a aproximação, ainda que lenta, entre Israel e a Arábia Saudita, até porque ambos partilham preocupações em relação ao Irão, que consideram uma nação financiadora de terrorismo.
Nos dias que antecederam a sua chegada muito se escreveu sobre a intenção do presidente em “chegar onde nenhum outro presidente norte-americano chegou” ao promover um “derradeiro acordo de paz” entre israelitas e palestinianos, um conflito que dura há mais de meio século. Mas um verdadeiro avanço neste sentido é pouco provável uma vez que Israel ainda nem concordou em parar a construção de bairros de habitação em território disputado por ambos os povos, continuando a expansão em solo que a comunidade internacional considera não lhe pertencer. Ao mesmo tempo, o braço armado da causa palestiana, o Hamas, continua sem depor as armas.
O outro problema é a solução de dois estados. Até ser aceite por todas as partes também não será fácil encontrar um caminho, e Israel não aceita essa solução, que era a defendida pelo antigo presidente norte-americano Barack Obama, e que, por causa de ter sido tão claro nesse apoio, acabou por provocar uma espécie de período glacial nas relações entre os dois países.
Mas Donald Trump também não chega a Israel com uma imagem imaculada. Primeiro porque Trump já disse a Benjamin Netanyahu que “gostava de ver as construções dos israelitas parar por um bocadinho” e depois porque chega envolto numa nuvem de controvérsia sobre as possíveis ligações da sua equipa próxima a oficiais russos. O último capítulo da história é particularmente quente. Donald Trump terá partilhado informação sensível, alegadamente fornecida por Israel, com o embaixador russo em Washington e o ministro dos Negócios Estrangeiros do mesmo país.
.@RealDonaldTrump has landed in Tel Aviv. https://t.co/RyemykP8wR
— Al Jazeera English (@AJEnglish) May 22, 2017
Donald Trum será o primeiro presidente em funções a visitar o Muro das Lamentações, mas não será acompanhado por nenhum oficial israelita, por medo que isso seja associado a uma tomada clara de posição pró-Israel. A mítica muralha é sagrada e igualmente disputada tanto por Israel como pela Palestina.