A Câmara de Lisboa arrecadou 3,3 milhões de euros com a aplicação da taxa turística nas dormidas na cidade entre janeiro e março deste ano, totalizando uma receita de 16,7 milhões com esta cobrança desde 2016.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a autarquia precisa que, dos ganhos deste ano, 1,1 milhões de euros “foram entregues pela [plataforma ‘online’] Airbnb no âmbito do protocolo entre esta plataforma e a autarquia”.

Desde a sua entrada em vigor, a 1 de janeiro de 2016, “o total dos pagamentos efetuados no âmbito da taxa municipal turística [sobre dormidas] somou já um total de 16,7 milhões de euros, sendo 2,8 milhões de euros provindos da Airbnb”, assinala o município.

Aprovada em 2014, a Taxa Municipal Turística começou a ser aplicada no ano passado sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras ou de alojamento local, sendo cobrado um euro por noite até um máximo de sete euros.

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Isentos deste pagamento estão as crianças até 13 anos, assim como quem pernoita na cidade para obter tratamento médico e os seus acompanhantes.

No primeiro ano de aplicação da taxa sobre as dormidas, a autarquia arrecadou 13,4 milhões de euros. Este montante inclui 1,74 milhões de euros cobrados pela Airbnb – que se destina ao aluguer de quartos e casas para fins turísticos -, no âmbito do acordo que entrou em vigor em maio do ano passado.

De acordo com a Câmara de Lisboa, à semelhança deste protocolo, estão a “ser mantidos contactos com outros intermediários com o fim de estabelecer novas parcerias”.

Os dados enviados à Lusa revelam também que, até abril, estavam registados ou com registo a decorrer na plataforma usada para monitorizar a taxa 4.654 operadores, dos quais 4.447 eram estabelecimentos de alojamento local e 207 empreendimentos turísticos.

Aquando da criação da taxa turística, previa-se também a cobrança um euro nas chegadas por via aérea e marítima a Lisboa.

A metodologia foi entretanto alterada e, em 2015, a responsabilidade do pagamento foi assumida pela ANA – Aeroportos de Portugal na sequência de um acordo realizado entre a gestora de aeroportos e o município.

Ao todo, a ANA suportou 3,8 milhões de euros nesse ano, mas mostrou-se indisponível para o continuar a fazer.

Na resposta enviada à Lusa, a autarquia frisa que “o modelo de aplicação da taxa de chegadas, em vigor, ainda está a ser objeto de negociações com parceiros nacionais e internacionais”, razão pela qual não está em funcionamento.

A autarquia prevê uma receita de 15,7 milhões de euros com esta taxa este ano.

O valor arrecadado reverte para o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, criado para financiar investimentos na cidade.

“Este fundo, criado com as verbas da taxa turística e a que se juntam outros financiamentos de diferentes operadores, vai permitir financiar diversas áreas com 28,7 milhões de euros, quantia que representa 65% do conjunto de investimentos – no montante global de 44,2 milhões de euros – a fazer no período de 2016-2019”, adianta a Câmara de Lisboa.

Entre os projetos abrangidos estão a conclusão da requalificação do Palácio Nacional da Ajuda, a criação do Museu Judaico de Lisboa em Alfama, do Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril e do terminal de atividade marítimo-turística na antiga estação fluvial Sul e Sueste e a concretização do programa municipal Lojas com História.