O realizador cabo-verdiano Ângelo Lopes enalteceu esta segunda-feira o programa da CPLP de incentivo à produção audiovisual, considerando que oferece muitas oportunidades, já que em Cabo Verde é difícil fazer grandes produções.

O realizador falava à agência Lusa, na cidade da Praia, antes da primeira exibição do documentário “Canhão de Boca”, financiado pela CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), no âmbito do programa de incentivo à produção audiovisual, e vencedor do Concurso de Audiovisual DOCTV da comunidade.

Aqui, em Cabo Verde tem sido muito difícil conseguir fazer produções a esse nível, pelo que o programa da CPLP de estímulo à produção audiovisual veio mesmo a calhar para conseguirmos fazer um projeto com essa dimensão”, sustentou.

O realizador afirmou que conseguiu “alguns apoios locais”, mas disse que “é de louvar” o programa de apoio da CPLP, esperando que continue a oferecer essas oportunidades de criar. “Canhão de Boca” é um documentário de 52 minutos, realizado por Ângelo Lopes e produzido por Samira Pereira, da produtora O2, que aborda a construção da liberdade em Cabo Verde, a partir dos programas de rádio na altura da libertação do país.

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O documentário conta com participação de Amélia Araújo, a principal locutora e animadora da Rádio Libertação, estação emissora criada em 1967 e utilizada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para difundir as suas ideias durante o conflito que o opôs ao Exército português na luta pela independência (1963/74).

Participam também a economista e comentarista cabo-verdiana Rosário Luz e o diretor da Rádio Morabeza de Cabo Verde, Nuno Andrade Ferreira. O realizador declarou que a exibição especial do filme em Cabo Verde é “um passo importante”, já que é o momento que todos aguardavam, depois do trabalho de meses de produção.

Sobre a sua expetativa em relação ao filme, Ângelo Lopes disse esperar que “ande por aí, pelo mundo”, e que a mensagem sobre a liberdade seja uma reflexão para quem o veja. Depois da primeira exibição no Palácio da Cultura Ildo Lobo, na cidade da Praia, a antestreia do documentário está marcada para o dia 29, na cidade do Mindelo, e no dia 11 de junho será exibido nas televisões públicas dos países-membros da CPLP. Só depois disso, garantiu o realizador, será enviado para os festivais.