O ministro dos Negócios Estrangeiros português lamentou, esta terça-feira, a morte de mais de 50 pessoas devido à “violência política” na Venezuela e garantiu que as autoridades portuguesas estão “inteiramente disponíveis” para prestar apoio consular aos lusovenezuelanos detidos. “Lamento a morte de todas as pessoas que já foram vítimas da violência política na Venezuela e, em particular, de um nosso compatriota“, disse Augusto Santos Silva à Lusa, antes de intervir num almoço da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa.

O mais recente balanço aponta para 51 vítimas mortais e quase mil feridos na Venezuela, na sequência de protestos, que decorrem desde o início de abril, contra o Governo de Nicolás Maduro. O governante português referiu que há “três cidadãos lusovenezuelanos detidos” e revelou que as autoridades conhecem a identidade de um deles.

“Estamos disponíveis para prestar todo o apoio consular, que tem de ser pedido. A nossa embaixada e os nossos consulados existem para isso mesmo”, salientou, referindo que nem os próprios nem as respetivas famílias tinham solicitado, até esta segunda-feira, esta ajuda das autoridades portuguesas.

Fontes diplomáticas e policiais tinham adiantado à Lusa no sábado que tinha subido para seis o número de portugueses detidos em manifestações, com a prisão, na semana passada, de três cidadãos lusovenezuelanos. Além disso, a comunidade portuguesa local refere que entre 90 e 100 estabelecimentos comerciais foram saqueados na última semana, entre os quais restaurantes, supermercados, um centro comercial, armazéns, lojas de bebidas alcoólicas e charcutarias, propriedade de empresários lusovenezuelanos.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente, Nicolás Maduro, intensificaram-se desde 01 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento. Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último por Nicolás Maduro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR