É a primeira vez que o ex-diretor da CIA, John O. Brennan, falou publicamente (Brennan deixaria o cargo em janeiro deste ano) sobre a alegada interferência russa nas eleições norte-americanas e as ligações entre o Kremlin e membros da campanha de Donald Trump — à época candidato à Casa Branca.

Ouvido esta terça-feira no Comité de Inteligência do Senado, John O. Brennan afirmou ter sentido preocupação durante o ano passado quanto à alegada interferência eleitoral.

Tive conhecimento da informação das secretas sobre os contactos e interações entre oficiais russos e cidadãos norte-americanos envolvidos na campanha de Trump. Estava preocupado devido aos conhecidos esforços russos em subornar tais indivíduos”, explicaria Brennan, acrescentando depois: ‘Não sei se tal conluio existiu. Mas surgiram na minha cabeça questões sobre se a Rússia foi ou não capaz de obter a cooperação desses indivíduos.’

Igualmente no Senado foi ouvido esta terça-feira o diretor de inteligência nacional, Daniel Coats. A presença de Coats surge pouco tempo depois de uma notícia do Washington Post dar conta das alegadas pressões que Donald Trump terá feito (a Daniel Coats e ao almirante Michael S. Rogers, diretor da Agência Nacional de Segurança) para que este negasse publicamente a existência de qualquer evidência de ligação com a Rússia durante as eleições.

Questionado pelo senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain quanto à veracidade da noticia do Washington Post, o diretor de inteligência nacional recusou-se a fazê-lo, alegando não poder discutir publicamente informação que consta da investigação.

Mas adiantaria Daniel Coats: “Passo uma quantidade significativa do meu tempo com o presidente [Donald Trump] a discutir questões de interesse quanto à segurança nacional. Nós discutimos uma série de assuntos”.

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