A Polícia Federal brasileira deteve esta terça-feira os antigos governadores do Distrito Federal de Brasília José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz e o ex-vice-governador Tadeu Filippeli, assessor do Presidente Michel Temer, no âmbito da Operação Panatenaico. Em causa estão suspeitas de desvio de fundos na ordem dos 900 milhões de reais (cerca de 245,6 milhões de euros) aquando a construção do Estado Nacional Mané Garrincha, em Brasília, para o Mundial de Futebol de 2014.

A operação policial é baseada na delação premiada (cedência de informações comprometedoras sobre terceiros em troca de uma redução de pena) de executivos da construtora Andrade Gutierrez sobre um esquema de corrupção nas obras do estádio de futebol Mané Garrincha, em Brasília, para o Mundial de Futebol de 2014.

A Polícia Federal diz que a remodelação do estádio pode ter sido sobrefaturada em cerca de 900 milhões de reais (245 milhões de euros), visto que estava orçada em 600 milhões de reais (164 milhões de euros) mas custou 1,5 mil milhões de reais (430 milhões de euros).

O Mané Garrincha não recebeu financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), mas da Terracap, empresa do Governo do Distrito Federal que não tinha este tipo de operação prevista entre as suas atividades e que agora se encontra em estado de insolvência, escreve a Veja.

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Agnelo, que foi governador do DF de 2011 a 2014, já foi condenado a ficar afastado da vida política (inelegível) por oito anos em 2016, por utilizar meios públicos em campanha política.

Na operação conduzida esta terça-feira, cerca de 80 polícias foram divididos em 16 equipas e devem ser cumpridos 10 mandados de prisão temporária, três de detenção coerciva e 15 mandados de busca e apreensão.

Além de agentes políticos, a operação tem como alvo agentes públicos, construtoras e pessoas que intermediaram subornos na altura da remodelação do estádio.