O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse nesta quarta-feira à Lusa que a greve nacional convocada para sexta-feira pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS) não deverá afetar o potencial de confiança depositado no Governo.

“A greve é um direito constitucional e quem a convoca está no seu direito, mas julgo que os portugueses e as portuguesas vão reagir em conformidade, acho que o país mantém a maturidade e está a viver um momento de recuperação e de construção de níveis mais elevados de confiança no futuro, não creio que o exercício desse direito venha por em causa esse processo”, afirmou Vieira da Silva, no Porto.

À margem do Encontro de Reflexão sobre o Livro Verde sobre as Relações Laborais – 2016, o governante referiu que gostaria que fosse sempre possível encontrar respostas a todas as reivindicações e respostas que respeitassem o direito de quem reivindica e o interesse nacional, mas sublinhou nem sempre ser possível.

“Julgo que há um grande esforço de todos para que o diálogo seja reforçado, mas também para que as decisões sejam tomadas e os compromissos concretizados, por isso, vejo a greve com naturalidade”, frisou.

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Vieira da Silva lembrou que “a sociedade é uma sociedade aberta onde existem conflitos e reivindicações em que é possível resolver uns e outros não”, acrescentando que se há algo “indiscutível” é de que estão “todos disponíveis” para ajudar a construir respostas aos problemas.

“A confiança e esperança no futuro não nos faz esquecer as dificuldades que temos, o país continua a ter muitas dificuldades, por exemplo, está longe de atingir a recuperação dos postos de trabalho destruídos ao longo de anos”, vincou.

O ministro lembrou que atualmente os portugueses têm um pouco mais de alento porque os níveis de confiança são maiores, assim como o crescimento da economia, mas recordou que nem todos os problemas estão resolvidos.

A greve nacional deverá afetar as escolas, a área da saúde e ainda da cultura, entre outros serviços, afirmou hoje a dirigente sindical, Ana Avoila. A paralisação abrange toda a administração direta do Estado (ministérios e serviços públicos).

A greve nacional de 24 horas, a primeira deste ano e a segunda do Governo de António Costa, foi anunciada no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado.