A oposição voltou esta quarta-feira a acusar o Presidente Nicolás Maduro de estar a fazer um golpe de Estado e apelou aos venezuelanos a oporem-se à Assembleia Constituinte proposta pelo chefe de Estado. “Essa Constituinte é uma fraude, porque vão ser eleições setoriais. Não vão ser eleições proporcionais aos Estados, segundo o número de população”, disse aos jornalistas o ex-candidato da oposição Henrique Capriles Radonski.

O também governador do Estado venezuelano de Miranda disse que “além disso, o registo eleitoral oficial é substituído por um setorial, ou seja, um registo distinto, que não foi assinado”. “Por último, exclui-se os partidos políticos, do regime de candidaturas”, frisou.

Capriles Radonski pediu aos venezuelanos que ignorem o decreto assinado pelo Presidente Nicolás Maduro e a fazer valer a Constituição em vigor. Para o ex-candidato presidencial, a população “não deve participar numa fraude”.

Quem unicamente convoca uma Constituinte é o povo venezuelano e não de forma setorial como está fazendo (Nicolás) Maduro. Isso não existe na Carta Magna. Se Maduro convoca uma Constituinte o povo tem que participar num processo eleitoral, universal, direto e secreto”, disse.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou, terça-feira, que prevê realizar, até finais de julho, as eleições para os integrantes da Assembleia Constituinte solicitada pelo Presidente Nicolás Maduro.

A 1 de maio, o Presidente Nicolás Maduro convocou os venezuelanos para elegerem uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã para, segundo justificou, preservar a paz e a estabilidade do país, incluir um novo sistema económico, segurança, diplomacia e identidade cultural.

Nicolás Maduro defendeu que como parte das suas “atribuições constitucionais” está a reforma do Estado venezuelano, modificar a ordem jurídica, permitindo redigir uma nova Constituição. A convocatória intensificou as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro, que ocorrem diariamente desde 1 de abril e durante as quais já morreram, pelo menos, 50 pessoas.

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