O candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lisboa e autor do programa do PSD para a capital, José Eduardo Martins, acredita que a candidatura de Teresa Leal Coelho “tem muitas possibilidades de ganhar”. Na entrevista de 10 minutos na SIC, esta sexta-feira de manhã, o também crítico da liderança de Passos Coelho confirma que a campanha da candidata do PSD a Lisboa vai começar em junho e rejeita que o facto de Teresa Leal Coelho ainda não andar no terreno seja uma desvantagem. “Vamos começar a campanha em junho e vamos fazer campanha intensa até outubro”, disse.

“Temos muitas possibilidades de ganhar. Estou convencido de que é possível. Estamos a meses das eleições e temos uma cidade em que as pessoas estão cada vez mais descontentes, uma cidade que é uma sala de visita”, afirmou, desvalorizando que, quase dois meses depois de ter anunciado que era candidata, Teresa Leal Coelho não tenha entrado ainda em modo de pré-campanha, como está a fazer por exemplo a candidata do CDS Assunção Cristas. “Todos os dias o vereador do PSD António Proa tem tomado posição pública sobre as várias matérias em discussão”, acrescentou.

Além das críticas ao atual presidente da câmara, Fernando Medina, nomeadamente ao nível do turismo desmedido, “sem regras”, que apelida de “liberalismo selvagem”, José Eduardo Martins aponta também o dedo àquela que tem sito a postura de Assunção Cristas na pré-campanha: uma postura que se baseia apenas na afirmação política da candidata. “O centro da candidatura do CDS é a afirmação política da sua líder, o PSD não tem essa necessidade”, disse, sublinhando os “diferentes objetivos de campanha” do PSD e do CDS.

O projeto da candidata do PSD é ser presidente da câmara, não é outra coisa [ao contrário de Cristas que tem o objetivo de se afirmar politicamente dentro e fora do partido]”, disse.

A proposta de expansão em 20 estações do metro de Lisboa, anunciada recentemente pela líder do CDS, foi a que mereceu mais críticas da parte do social-democrata. A proposta tem o “mérito” de chamar a atenção para o problema do metro de Lisboa que “só serve metade da cidade”, mas para José Eduardo Martins “não é realista”. Até porque o CDS pressupõe que a obra seja financiada em 80% por fundos comunitários “quando sabemos que a região de Lisboa há muito não tem acesso a esses fundos”. “É um exercício de imaginação”, critica.

Quanto a Pedro Passos Coelho, José Eduardo Martins mantém-se convicto de que o líder do PSD não se irá demitir se tiver um mau resultado nas autárquicas, apesar de José Eduardo Martins dizer que o faria se tivesse no seu lugar. “Somos pessoas diferentes”, diz, acrescentando que “respeita” a decisão do presidente do partido. Até porque o congresso do PSD será pouco depois das autárquicas, e José Eduardo Martins acredita que Rui Rio, o “challenger”, irá mesmo avançar com uma candidatura.

“Acredito que depois de algumas declarações que fez a anunciar vontade de ser presidente era difícil se não avançasse. Mas ainda falta muito tempo, muita coisa pode mudar daqui até lá. Em política tudo muda rápida”, disse na SIC.

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